A cada semana, você confere destaques do esporte que foram ao ar no programa Galera do Esporte, apresentado por Daniel Gomes todo o domingo das 19h às 21h na rádio comunitária Cantareira FM 87,5 e também em www.radiocantareira.org Informações esportivas podem ser enviadas para galeradoesporte@hotmail.com







terça-feira, 29 de novembro de 2011

Superações de Marcel Stürmer sobre os patins

Um dia, faz certo tempo já, na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul, um adolescente se encanta por uma menina que adorava patinar. Ele, então, começa a dominar as técnicas para se equilibrar sobre os patins. Não conquista a moça, mas ingressa em um esporte tido por muitos como “coisa para menina” e faz desta prática seu passaporte de sucesso.


Outro dia, faz poucos meses, esse adolescente, já moço formado, está com as malas prontas para embarcar para o Pan de Guadalaraja, quando roubam seus equipamentos de patinação. Ele viaja para a competição mesmo assim e volta com o tri-campeonato panamericano da modalidade.



Teimosia e superação. Novamente, no último fim de semana, essas duas palavrinhas estiveram sobre os patins de Marcel Stürmer, que em Brasília, conquistou uma inédita medalha de prata para o Brasil na categoria individual livre do 56° Mundial de Patinação Artística, realizado pela primeira vez no país.


Com a coreografia sobre James Bond (o agente 007), a mesma que lhe valeu o ouro em Guadalaraja, Marcel só foi superado pelo italiano Dario Betti, em Brasília. Aliás, o italiano não fez mais do que a obrigação já que seu país é referência na modalidade e neste mundial os italianos faturaram 39 medalhas, sendo 20 de ouro.


Marcel, sim, fez mais do que devia, embora já se esperasse uma medalha dele, pois em quatro mundiais anteriores o brasileiro faturou bronzes.


Porém, que cobrança por medalhas o Brasil pode fazer sobre um atleta que sofre o preconceito de ser praticante “do esporte pra mocinha”, que pertence a uma modalidade que recebe pouquíssimos investimentos do Comitê Olímpico Brasileiro (a patinação artística não é esporte olímpico) e que o ano que vem, por falta de competições de alto rendimento, seguirá ganhando a vida não como esportista, mas como artista de patinação em atrações no Brasil e no mundo?


De fato, nada temos a cobrar, só a agradecer a Marcel Stürmer, um brasileiro que dignifica a imagem do nosso esporte pelo mundo e que com seu talento influencia o despertar de novos talentos da patinação de norte a sul do Brasil.


Três desses novos talentos também conquistaram medalhas no Mundial de Patinação Artística, disputado no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, entre os dias 13 e 27 de novembro (aliás, que vergonha, o mundial teve que ser interrompido por goteiras e exceto de mosquitos no local): Gustavo Casado, 20 anos, foi prata no combinado sênior de rotinas livres e técnicas; Diego Dores conquistou prata na prova in line júnior, e Carlos Radtke, foi bronze no combinado livre júnior.


Destaques ainda para outros bons desempenhos de atletas brasileiros entre os 1.200 atletas de 40 países que estiveram em Brasília: na categoria livre sênior, César Mota foi o 11°; e na versão feminina da prova, Julia Balthazar alcançou a mesma posição, Juliana Almeida terminou em 18ª e Thatiana Resende foi a 23ª. Na mesma prova na categoria júnior, Thalita Haas, bronze no Pan de Guadalaraja, foi a quarta colocada.


Marcel Stürmer, parabéns! Que temporada fantástica, hein: prata no mundial, e cinco títulos: O Pan de Guadalaraja, o pré pan (em que Gustavo Casado foi o segundo), o Sulamericano, o Interamericano e o Campeonato Brasileiro. Siga nas trilhas da vida, patinando sobre os preconceituosos e faturando mais medalhas para o Brasil.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Superação esportiva e financeira do paradesporto brasileiro

A participação dos brasileiros nos Jogos Parapan-americanos de Guadalaraja, encerrados no domingo, dia 20, foi espetacular. Pela segunda edição seguida, o Brasil liderou o quadro de medalhas. Foram 30 ouros a mais que os Estados Unidos: tivemos 81 medalhas douradas, 61 pratas e 55 bronzes.

Sem dúvida alguma, Daniel Dias foi o fenômeno do Parapan ao conquistar 11 ouros na natação, um terço das 33 medalhas brasileiras douradas nas águas de Guadalaraja.

Somados, nosso paradesportistas quebraram 54 recordes parapan-americanos e dois mundiais, e agora o Brasil já tem 104 vagas asseguradas na paraolimpíada de Londres 2012, em 17 modalidades. A meta do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) é superar a quantidade de 188 atletas que representaram nosso país na paraolimpíada de Pequim 2008.

Somente por ter chegado a uma competição internacional como o Parapan, cada esportista brasileiro já pode ser tomado como exemplo de superação e ícone de que a força de vontade, aliada à determinação, sobrepõe-se às limitações físicas.

Mas em Guadalaraja o paradesporto brasileiro deu exemplo mesmo foi de superação financeira, ou melhor, de bom aproveitamento dos poucos recursos que tem, em comparação ao que se disponibiliza ao esporte olímpico.

O cálculo é simples: enquanto em 2010, o CPB teve um orçamento disponível de R$ 30 milhões, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) teve R$ 36,8 milhões somente de superávit de suas contas. Em contrapartida, o esporte olímpico voltou de Guadalaraja com 141 medalhas (48 ouros) e o paradesporto com 56 a mais, além de um “superávit” de 33 pódios dourados.

O interessante é que tanto para o desporto quanto para o paradesporto, a principal fonte de receita é o repasse de 2% da arrecadação bruta das duas loterias federais, através da lei Agnelo Piva. Porém, a legislação não é isonômica com esportistas e paradesportistas, conferindo ao comitê destes 15% dos recursos e ao daqueles 85% do total repassado.

Some-se a isso o fato de que na maioria das confederações o esporte olímpico conta com mais verbas que o paraolímpico e tem-se a magnitude da espetacular participação brasileira em Guadalaraja, na proporção monetária “custo/benefício” por atleta.

Não seria a hora, de rever o percentuais de repasse da lei Agnelo Piva, e mais importante do que isso, que as empresas privadas apoiem o paradesporto, pois “o valor” que se agregará a qualquer marca é significativo? Fica minha provocação...

Para os que ainda têm dúvidas se vale a pena investir no paradesporto brasileiro, nunca é demais lembrar que de 13 modalidades em que o Brasil esteve em ação no Parapan, em 12 teve medalhas e em nove ao menos uma de ouro. Somente os paradesportistas do tiro com arco voltaram sem pódios do México, mas essa situação também foi vivida pelos esportistas que representaram o país no Pan.

Algumas análises peculiares do Brasil no Parapan: na natação foram 85 medalhas conquistadas (33 ouros, 23 pratas e 29 bronzes). Além do fenômeno Daniel Dias, André Brasil também subiu ao lugar mais alto do pódio por seis vezes e novatos como Caio Oliveira, 18 anos, Vanilton Filho, 18, e Talisson Glock, 16, venceram em suas categorias. Após quatro parapans, Clodoaldo Silva competiu pela última vez e deixou o México com quatro medalhas, sendo duas de ouro.

No atletismo, a campeã e recordista mundial Terezinha Guilhermina não decepcionou e venceu os 100, 200 e 400 metros rasos, ajudando na conquista das 27 medalhas douradas da modalidade, do total de 60 pódios do atletismo brasileiro. Destaques ainda para Daniel Silva, que quebrou o recorde parapan-americano nos 400 metros; e para Lucas Prado, que foi ouro nos 100 e 200 metros.

Nos esportes coletivos, o Brasil venceu os Estados Unidos nas finais do gollball masculino (a equipe feminina foi prata) e também no vôlei sentado, chegando ao bi-campeonato. Bi campeão também foi a seleção de futebol de 5, ganhando da Argentina, por 1x0, com um gol de Ricardinho no 2° tempo da prorrogação.

No tênis de mesa, grande desempenho com 12 ouros e 24 medalhas no total, bem como no judô, com dois ouros e quatro pratas, ficando atrás apenas de Cuba na quantidade de conquistas. Favorito, Antônio Tenório, tetracampeão paraolímpico ficou com a prata; e recuperada de uma lesão na medula, Karla Ferreira faturou a medalha de ouro, tornando-se bicampeã parapan-americana.

No tênis em cadeira de rodas, Carlos Jordan e Maurício Pomme, confirmaram favoritismo; no ciclismo de estrada, Soelito Gorh conseguiu dois ouros; no halterofilismo, foram seis medalhas; na bocha foram dois bronzes e um ouro, com Fábio Moraes; e no basquete em cadeira de rodas, a equipe feminina se garantiu para Londres 2012 ao bater as mexicanas na decisão da medalha de bronze.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Brasil no top 8 do tênis de mesa

O tênis de mesa masculino brasileiro alcançou um resultado magistral na sexta-feira, 4 novembro, em Magdeburg, na Alemanha: a equipe formada por Cazuo Matsumoto, Gustavo Tsuboi e Thiago Monteiro chegou, pela primeira vez na história, às quartas de final da Copa do Mundo por equipes.

O feito foi obtido após a vitória por três jogos a dois sobre a Hungria, com atuação decisiva de Matsumoto que venceu suas duas partidas de simples. Thiago e Gustavo venceram o duelo das duplas. Nas quartas de final, o esforçado trio brasileiro não foi páreo para o Japão: perdeu três jogos e venceu um, de novo nas duplas com Thiago e Gustavo.

Apesar do triunfo sobre os brasileiros, os japoneses ficaram pelas semifinais. China e Coréia do Sul, só pra variar, decidiram o título, com vitória chinesa por três jogos a zero, com os brilhantes Ma Long, Xi Xin e Wang Ha.

Detalhe, que certamente não passou desapercebido do leitor, é que o veterano Hugo Hoyama, de 42 anos, não integrou o trio brasileiro. Aliás, isso não é um detalhe é o detalhe: o Brasil figurar entre as oito melhores nações do tênis de mesa mundial sem o nosso multicampeão panamericano (10 ouros), mostra que o trabalho de transição está sendo bem conduzido pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).

Digo que a transição está em execução, pois Hugo Hoyama ainda não “pendurou as raquetes”. Junto ao jovem trio brasileiro, o veterano levou o Brasil, também na sexta-feira, na mesma cidade alemã, ao título da Copa Intercontinental (uma espécie de torneio preparatório da Copa do Mundo), com vitórias sobre os conjuntos da Austrália (3x1), Canadá (3x0) e Egito (3x2).

É bom ver que a semente plantada por Hugo Hoyama e o já falecido Cláudio Kano (vítima de acidente de trânsito em 1996) está dando bons frutos, após quase duas décadas de investimento e seriedade de gestão esportiva.

A propósito, o hábil e inesquecível Cláudio Kano vai virar filme. Os feitos do mesa-tenistas serão retratados em um documentário, patrocinado pela Petrobrás e feito em parceria com o canal ESPN-Brasil. O enredo trás entrevistas com os pais de Cláudio e colegas de raquete e bolinha. Homenagem pra lá de merecida. O documentário ainda não tem data para ser lançado.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Brasil: mais ao ritmo de Solonei do que de Thiago

Dos resultados do Brasil no Pan de Guadalaraja, encerrado no último domingo, 30, que vieram das pistas, campos, piscinas, ruas e quadras, ficou uma dúvida central: já podemos ser considerados uma potência esportiva?

Sinceramente... não! Mas as notícias são boas, pois estamos acertando o caminho. Potências esportivas figuram nos primeiros lugares dos rankings de medalhas, especialmente quando competem fora de seus domínios. Convenhamos: 141 medalhas brasileiras, sendo 48 de ouro, em Guadalaraja, mostraram de fato que o esporte do nosso país já é forte internacionalmente.

Uma potência esportiva também tem ídolos em muitas modalidades e o Brasil contou com muitos deles em Guadalaraja: na natação, com César Cielo e Thiago Pereira (o recordista brasileiro em medalhas de ouro panamericanas, 12), Hugo Hoyama, do tênis de mesa, Tiago Camilo, do judô, Juliana e Larissa, do vôlei de praia, Maurren Maggi, do atletismo, atletas que certamente a maioria das pessoas comuns se encontrasse pelas ruas reconheceria.

Então, o que falta para sermos um “país-potência-esportiva”, então? Alcançar o mesmo número de medalhas que os Estados Unidos em olimpíadas e torneios internacionais. Passar de 100 medalhas de ouro nessas competições? Nada disso...

Em um “país-potência-esportiva”, um campeão como Solonei Rocha, vencedor da maratona no Pan, não é descoberto por acaso (o cara era coletor de lixo no interior de São Paulo), tampouco recebe capacitação técnica de alto rendimento após os 20 anos de idade. Eis um exemplo da nossa falta de planejamento para descobrir talentos.

Uma nação que quer figurar entre as potências do esporte mundial também não pode imaginar que um atleta para adquirir condicionamento físico estabeleça sua dieta alternativa, com o mínimo supervisionamento de um nutricionista.

Fernando Saraiva, 21 anos, ouro no levantamento de peso em Guadalaraja, assim o fez: há quatro anos, intuiu que precisava engordar 30 quilos para mudar de categoria. Resolveu ganhar peso por conta própria e no México faturou o ouro. E que efeito isso terá no futuro do esportista, quando entrar nas idades do “enta”? Ninguém sabe, e nem quer saber, o que vale é o imediato campeão.

Fico só com esses exemplos para sentenciar: nossos atletas são medalhas de ouro em superação; as políticas governamentais imediatas de incentivo ao esporte estão, a muito custo, tentando mirar o pódio, mas o planejamento para estruturar a formação e descoberta de campeões no Brasil segue em ritmo bem tranquilo, calmo demais até, para uma nação que será o centro das atenções esportivas em 2016.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Em dia de 6 ouros do Brasil, Cuba encostou, mas ainda não passou

Graças aos seis ouros brasileiros conquistados ontem, quinta-feira, contra sete douradas cubanas, o Brasil ainda segue líder no quadro de medalhas, mas agora apenas com dois primeiros lugares a mais que Cuba: 39x 37. Por outro lado, faltam apenas 14 ouros para igualar o desempenho do Pan do Rio, quando tivemos 52 vitórias. Se faturar em média, cinco ouros por dia, chegaremos lá. Ainda dá...


Certamente nenhuma das 19 medalhas dos atletas ontem, foi mais significativa que o ouro de Fernando Reis, no levantamento de peso. Sem apoio, treinando quase sem orientação, o brasileiro de 21 anos, levantou (somando arranque e arremesso) 410 quilos, conseguindo assim novo recorde panamericano, uma inédita vitória para o país no Pan e a volta da modalidade ao pódio após 16 anos.


No judô, o Brasil manteve “100% de pódio”, somando às três medalhas conquistadas na quarta, os ouros esperados de Leandro Guilheiro, na categoria até 81 kg (16° pódio seguido dele na temporada), e de Tiago Camilo, por ippon, na categoria até 90 kg. Além disso, tivemos duas medalhas de bronze no feminino, com Mayra Aguiar, na categoria até 78kg e outro de Maria Portela para competidoras até 70 kg.


No atletismo, foi uma chuva de medalhas brasileiras. Marilson dos Santos confirmou o favoritismo e correu para o ouro nos 10 mil metros rasos e teve a companhia no pódio, do também brasileiro Giovani dos Santos, bronze. Cruz da Silva conseguiu a prata nos 5 mil metros, repetindo a conquista dos 10 mil dias antes. Tivemos ainda dois bronzes: Jeferson Sabino conseguiu terminar em terceiro no salto triplo e Bruno Tenório chegou a liderar a prova dos 200 metros, mas cruzou a linha de chegada no terceiro posto.


Da ginástica artística, em seu último dia de competição, vieram duas medalhas no masculino. O esperado ouro de Diego Hypólito no solo, e a prata de Arthur Zanetti nas argolas. Adrian Santos, no feminino, passou a poucos pontos do pódio, mas terminou na sétima posição.


Nos esportes coletivos, a seleção feminina de futebol decepcionou. Até os 42 minutos do segundo tempo, vencia por 1x0, mas tomou o empate em um vacilo da zaga e na decisão por pênaltis, perdeu duas cobranças, deixando o ouro para o Canadá. O basquete masculino vencia por 17 de vantagem os norte-americanos no segundo quarto, mas parou de jogar nos períodos seguintes e tomou a virada de 88 a 77. No polo masculino, o Brasil sucumbiu diante do Canadá e só disputa bronze amanhã, medalhas que as meninas buscaram obter hoje na decisão de terceiro lugar.


No hipismo, a equipe de saltos chegou a seu limite, mas era quase impossível bater os favoritos norte-americanos. Deu prata com Doda Miranda, Rodrigo Pessoa, Karina Johanpeter e Bernardo Alves.


Tivemos ainda outros quatro bronzes: com Marcelo Suartz no boliche individual, após perder a semifinal para Santiago Mejia de Cuba; na canoagem velocidade, categoria k4 1000 metros com Celso Júnior, Gilvan Ribeiro, Givago Ribeiro e Roberto Maheler. No caratê, Wellington Silva também garantiu bronze na categoria até 84 kg. Por fim, nos saltos ornamentais, um erro de um adversário no último salto levou César Castro ao bronze no trampolim de 3 metros.


Nos próximos dias, nos resta torcer pela recuperação do basquete masculino, pelo favoritismo do vôlei masculino e dos nossos judocas, de algumas surpresas no atletismo e boxe e acima de tudo secar muito Cuba para alcançarmos a segunda posição.


Domingo, às 19h, no Galera do Esporte, em www.radiocantareira.org, apresento um panorama completo do desempenho brasileiro em Guadalaraja. Conto com sua sintonia e juntos seguimos torcendo pelo Brasil. Abaixo, ouça podcasts dos nossos brasileiros no Pan.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cuba encosta no Brasil, mas atletismo e judô salvam lugar no ranking

Como previsto por muitos desde o começo do Pan, a “sonolência” de Cuba para conquistar medalhas de ouro iria acabar quando começassem as disputas de judô, boxe e levantamento de peso. Só ontem, quarta-feira, os cubanos conquistaram cinco ouros, sendo dois no judô e um no atletismo, levantamento de peso e pelota basca, alcançando assim 30 vitórias em Guadalaraja 2011.

Com os resultados, os cubanos encostaram de vez nos brasileiros na briga pelo segundo lugar no quadro de medalhas, mas com nossos três ouros de ontem no atletismo e um no judô, seguimos na frente: 33 x 30, em medalhas douradas.

Dos três ouros do atletismo, destaque para o de Leandro Oliveira nos 1.500 metros. Ele e o equatoriano Bryon Piedro cruzaram a linha de chegada praticamente empatados, mas no fotoline, nosso corredor levou a melhor por um centésimo de segundo.

Maurren Maggi, nossa rainha olímpica, foi soberana em Guadalaraja e com um salto de 6,94 metros alcançou o tri-campeonato no salto em distância. Lucimara Silvestre também foi muito superior às adversárias no heptatlo e ao faturar o ouro lamentou que muitos tenham dito que ela, por ser bem afeiçoada, tinha ido a Guadalaraja apenas para mostrar o corpo. O Brasil também teve mais uma medalha no atletismo, o bronze de Geisa Coutinho nos 400 metros rasos.

No judô, a vitória de Luciano Correia sobre o cubano Despaigne na final da categoria até 100 k, teve um sabor duplamente gratificante, pois ajudou o Brasil a abrir vantagem sobre o adversário direto no quadro de medalhas e significou o troco de Luciano à semifinal perdida no Pan do Rio em 2007.

Ainda dentro dos tatames, Rafael Silva chegou a final da categoria acima de 100 kg, mas acabou derrotado pelo cubano Oscar Brayson, enquanto Maria Suellen Altheman conquistou a medalha de bronze, após aplicar o ippon com 34 segundos de luta sobre a norte-americana O´Rourke, pela categoria acima de 78 kg.

Fechando a lista de medalhas brasileiras do dia, tivemos três bronzes no boxe: Mike Carvalho, Julião Neto e Roseli Feitosa perderam seus embates semifinais e garantiram medalha automaticamente. Já Yamaguchi Falcão e Robson Conceição venceram suas lutas semifinais e decidirão o ouro contra, respectivamente, Julio Cesar La Cruz e Yasnier Toledo, boxeadores cubanos.

Nos esportes coletivos, a seleção de basquete masculino suportou bem a pressão da equilibrada equipe do Uruguai e estreou bem com vitória de 80 a 71. No vôlei masculino, os comandados de Rubinho viraram pra cima dos Estados Unidos e já estão nas semifinais de sexta-feira: três sets a um, em 18/25, 25/17, 25/14, 25/18. Já no polo aquático feminino, as norte-americanas massacraram as brasileiras por 13x1. Na sexta, as brasileiras tentarão o bronze contra as canadenses.

Teve gente que passou perto de garantir medalhas, mas ficou pelo caminho: na esgrima, Renzo Agresta perdeu nas quartas de final do sabre; na canoagem, a equipe do k4 masculino ficou em quinto na final vencida pelo Canadá; e no trampolim de 3 metros dos saltos ornamentais, a dupla Ian Mattos e César Castro foram superados no último salto por Pupo e Hernandez de Cuba.

Alguns outros resultados: Liliane Menezes foi a sexta colocada na categoria até 69 kg do levantamento de peso; na primeira qualificatória do boliche individual, Marcelo Suartz foi o oitavo e Márcio Viera o vigésimo sexto. Na ginástica artística, Daniele Hypólito foi a sétima no individual geral e nos saltos ornamentais, na plataforma de 10 metros, Andressa Mendes, de apenas 14 anos, terminou em quinto e Natali Cruz, de 18 anos, foi a décima segunda.

Hoje, todas as atenções estão voltadas para a decisão do futebol feminino entre Brasil e Canadá, às 20h, com ligeiro favoritismo brasileiro. Tem também Brasil e Canadá nas semifinais do polo aquático masculino, além de boas chances de medalhas do país no judô, especialmente com Tiago Camilo, no atletismo, Marilson Gomes é favorito ao ouro, e na ginástica artística masculina, com Diego Hypólito.

Nesta semana, todos os dias às 8h45, no Manhã Cantareira, em www.radiocantareira.org, tenho comentado o desempenho do Brasil no Pan. E no domingo, das 19h às 21h, apresentarei a última edição especial do Galera do Esporte sobre o Pan. Boa Abaixo você tem podcasts dos nossos representantes nos jogos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Brasil: 1000 pódios em pans, em dia de Maurine

Sou um jornalista extremamente apegado a números, logo, o dia de ontem, em que nossos esportistas brasileiros alcançaram a milésima medalha na história dos Jogos Panamericanos foi, para mim, cheio de expectativa.

Faltando apenas duas conquistas para que chegássemos à marca, a medalha de número 999 só pintou às oito e meia da noite. A propósito, que surpresa, hein: sem estar cotada como favorita, Rosangela Santos, no atletismo, foi ouro nos 100 metros rasos, com o tempo de 11 segundos e 22, sua melhor marca. Muito bom!

Agora só faltava uma. Sentado na lanchonete de uma faculdade na capital paulista (esperando minha namorada sair da aula), via em uma tevê portátil o jogo do Brasil com o México pelas semifinais do futebol feminino. Aqui, aliás, mais um parênteses: grande vitória brasileira! Foi só um a zero, tão apertado quanto a semifinal do Pan de 2007 contra as mexicanas (quando vencemos por dois a zero), mas ver a Maurine anotar o gol da vitória, após dar um exemplo de profissionalismo e superação não tem preço: no domingo, o pai de Maurine, o senhor Brasil, faleceu, e ela optou em continuar nos jogos. Ontem foi decisiva.

Mas voltemos a medalha de número mil: nove da noite. O locutor da emissora pela qual assistia o jogo, destaca: “O Brasil acaba de conquistar a medalha de ouro na ginástica artística masculina por equipes. Você vai ver a apresentação completa do Brasil depois da novela...”. ‘Ufa, conseguimos a milésima, medalha’, comemorei em silêncio. Minutos depois me dei conta do que representava a conquista:

Por mais que tenha pesquisado como um louco para saber quem foi nosso primeiro medalhista panamericano da história, não descobri (quem souber me fale, por favor), mas sei que Adhemar Ferreira da Silva foi nosso pioneiro em medalhas de ouro, quando venceu a disputa do salto triplo no Pan de Buenos Aires 1951. 60 anos depois, seis brasileiros também subiram ao lugar mais alto do pódio para nossa medalha número mil da história, em um esporte antes tido apenas para moças.

“Medalha de número mil? Nossa, não sabia! Estamos ficando importantes”, disse, surpreso, Diego Hypólito a uma repórter em Guadalaraja ao saber do feito brasileiro, conseguido por ele junto aos ginastas Francisco Barreto, Petrix Barbosa, Péricles da Silva, Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki.

Ao chegar a medalha de número mil, o Brasil ingressa no seleto grupo de países formado por Estados Unidos (já tem quase 4 mil medalhas), Cuba (já acumulam mais de 1.800 pódios) e Canadá (que tem mais de 1.500 medalhas).

E como é o hoje que constrói a história, o Brasil iniciou o caminho rumo às 2 mil medalhas (vai demorar um pouquinho, mas acho que não 60 anos), com quatro conquistas de bronze, ontem.

Após cair nas semifinais, a seleção feminina de basquete bateu a Colômbia por 87 a 48 e terminou no terceiro lugar do torneio. No boxe, Robenilson de Jesus perdeu as semifinais na categoria até 56 kg, e garantiu o bronze, assim como Everton Lopes, que era favorito ao ouro, mas perdeu o embate das semifinais para Roniel Iglesias de Cuba. O brasileiro reclamou da parcialidade dos árbitros, marca negativa deste Pan, aliás.

Outro bronze, este muito festejado, foi o de Guilherme Toldo, de 19 anos, na esgrima, na prova do florete. Ele perdeu nas semifinais, mas durante a campanha da medalha venceu o vice-líder de sua categoria no ranking mundial.

No boliche masculino, nas duplas, Márcio e Marcelo quase chegaram ao pódio, foram quarto colocados, mesma posição alcançada por Wellison Silva, o Sherek, no levantamento de peso. Ele ficou a 1 quilo do bronze. Desde 1995, em Mar Del Plata, o Brasil não consegue medalhas nesse esporte.

Nos esportes coletivos, a seleção masculina bateu com facilidade Porto Rico por 3x0 (25/22, 25/14, 25/18), as seleções masculinas e femininas derrotaram a Venezuela no polo aquático e estão nas semifinais – os homens venceram por 19/10, as mulheres por 10/3. Hoje tem a estreia do basquete masculino, onde o Brasil é favoritíssimo à medalha de ouro. Também nesta quarta, começam as disputas do judô, com amplas chances de medalhas a todos os nossos representantes, além da canoagem.

Nesta semana, todos os dias às 8h45, no Manhã Cantareira, em www.radiocantareira.org, tenho comentado o desempenho do Brasil no Pan. E no domingo, das 19h às 21h, apresentarei a última edição especial do Galera do Esporte sobre o Pan. Boa Abaixo você tem podcasts dos nossos representantes nos jogos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Marcel Stürmer é o ouro de superação, mas basquete e handebol a decepção

Com uma trilha sonora dos filmes James Bond, o agente 007, o brasileiro Marcel Stürmer faturou o tricampeonato panamericano na patinação artística ontem em Guadalaraja.

Em condições normais de disputa Marcel, que também luta contra o preconceito daqueles que consideram a patinação um esporte só para moças, seria naturalmente favorito, mas o ouro em Guadalaraja teve um sabor especial, já que o brasileiro todos seus equipamentos roubados antes da viagem para o México, mas mostrou a superação dos grandes campeões na décima sexta edição do Pan. Na patinação feminina, Talitha Haas conseguiu o bronze.

Enquanto Marcel nos surpreendeu, a ginástica artística feminina decepcionou. Com apresentações irregulares e quedas de Daiane dos Santos e Adrian Nunes nos exercícios de solo, ficamos apenas na quinta posição. A esperança de redenção fica para hoje com as disputas masculinas por equipes.

Nos esportes coletivos, grande decepção com a derrota do basquete feminino nas semifinais contra a República Dominicana: 69 a 68, com direito a “apagão brasileiro” no segundo e terceiro quarto. No handebol, diferentemente da seleção feminina campeã no domingo, a masculina não suportou a pressão da torcida mexicana e tomou um revés dos argentinos, que ficaram com o ouro após o placar de 26 a 23. Para chegar a Londres 2012, os brasileiros terão que encarar agora uma repescagem contra três equipes europeias: “pedreira das bravas!”

A segunda em Guadalaraja teve ainda medalhas para o Brasil no atletismo: prata com Cruz da Silva, nos 10 mil metros, bronze de Joilson Silva nos 5 mil, apenas dois centésimos a frente do mexicano Juan Carlos Romero, e bronze também Ronald Julião no arremesso de disco. A decepção do dia ficou com Fabiana Murer. Favorita ao ouro no salto com vara, ela foi superada pela cubana Yarisley Silva e conquistou a prata.

Quero destacar também algumas medalhas do Brasil no último domingo, 23, com especial atenção aos ouros de Reinaldo Colucci, no triatlon, e de Adriana Silva, na maratona feminina, com direito a recorde panamericano. Trata-se de dois atletas que saíram do país para melhorar seu nível técnico, através de competições internacionais e se deram bem. A vela brasileira também foi genial com cinco ouro no domingo e mais de 50% do total de medalhas em disputa faturadas. Mas a heroína do fim de semana foi mesmo Pâmella Oliveira, que superou os próprios limites para ficar com o bronze no triatlon, desmaiando após cruzar a linha de chegada.

Nesta terça-feira, o Brasil deve conquistar a medalha de número mil em sua história nos pans, e essa medalha deve vir do atletismo, já que serão disputadas quatro finais no começo da noite e já temos 998 medalhas em pans, faltam duas, portanto. Os brasileiros também competem por ouro na ginástica e bolicche.

Amanhã, às 8h45, no Manhã Cantareira em www.radiocantareira.org, eu conto tudo deste dia de disputa na rádio do povo. E no domingo, das 19h às 21h, tem a última edição especial do Galera do Esporte sobre o Pan. Boa sorte Brasil. Abaixo você tem podcasts dos nossos representantes nos jogos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Deu revanche brasileira no vôlei feminino em Guadalaraja

Passava da uma e meia da madrugada desta sexta-feira quando o Brasil conseguiu fechar o jogo contra Cuba e conquistar a medalha de ouro por três sets a dois. Que jogo! Após um primeiro set de pleno domínio brasileiro, Cuba foi superior no segundo e empatou o jogo e o terceiro set teve equilíbrio com vitória brasileira.

Não tenho dúvidas que mesmo com a derrota no quarto set, o Brasil ganhou o ouro nesse período. Após um rally de quase um minuto, Cuba marcou 19 pontos sobre o Brasil, seguiu pontuando até os 24 pontos, mas as brasileiras salvaram sete pontos do jogo das cubanas e mesmo com a derrota entraram melhor no tié-break para a vitória.

Os grandes destaques brasileiros foram Paula Pequeno, que substituiu muito bem Jaqueline no time, além de Fernanda Garay, que entrou durante a partida e foi fenomenal. Sheila passou quatro sets em partida discreta, mas no momento decisivo mostrou porque é a titular da equipe brasileira, explorando muito bem o bloqueio cubano. O ouro também não sairia sem a coragem de Zé Roberto Guimarães, que teve peito de mexer no time quando foi preciso, confiou no seu conjunto de “11 titulares”.

A quinta-feira em Guadalaraja teve ainda medalha dourada de Cesar Cielo. Na prova mais rápida da natação, os 50 metros livres, Cesão cravou o novo recorde panamericano em 21 segundos e 58 e o Brasil ainda teve a prata com Bruno Fratus. O dia só não foi melhor, pois Kaio Márcio e Gabriel Mangabeira não conseguiram ir ao pódio nos 100 metros borboleta.

Além dessas medalhas, os brasileiros conquistaram três bronzes na quinta-feira. No dueto, Lara Teixeira e Nayara Figueira foram terceiras colocadas no nado sincronizado. Luiz Fernando da Graça também volta bronzeado de Guadalaraja com a medalha na fossa double do tiro esportivo e no squash masculino, após a eliminação na semifinal por equipes para o México, Rafael Fernandes, Vinicius Rodrigues e Vinicius Lima voltam para casa com medalha de bronze na bagagem.

Outros resultados: nas lutas, todos os brasileiros foram eliminados antes das semifinais, no tiro com arco, Daniel Rezende sucumbiu nas quartas de final, e também no tênis de mesa individual nossos últimos representantes, Lígia Silva e Thiago Monteiro, deram adeus à competição nas quartas de final. No tênis de quadra, Felipe Mello foi eliminado na mesma fase da competição. Já nas duplas mistas, Rogério Dutra e Ana Cláudia Duarte perderam nas semifinais e hoje jogam pelo bronze, assim como Teliana e Vivian nas duplas femininas.

No futebol feminino, a seleção passou com dificuldades sobre a Costa Rica por dois a um, e decide no sábado o primeiro lugar do grupo com o Canadá. No vôlei de praia, Juliana e Larissa venceram nas semifinais e hoje decidem o ouro, enquanto Alison e Emanuel, após triunfo nas quartas-de-final, jogam nessa sexta por uma vaga na decisão.

Além de medalhas no vôlei de praia, o Brasil pode garantir nessa sexta-feira conquistas em outras modalidades, como no nado sincronizado por equipes. Teremos ainda a estreia do basquete e do boxe. Aliás, com o início das disputas nos ringues, os cubanos devem efetivamente encostar ou até ultrapassar o Brasil no quadro de medalhas. Até agora, nossa delegação soma 14 ouros contra dez dos cubanos. O Brasil tem 42 medalhas no total: além das 14 douradas, são 12 pratas e 16 bronzes.

O fim de semana reserva muitas emoções em Guadalaraja e estarei ligado nos jogos. No domingo, às 19h no Galera do Esporte, em www.radiocantareira.org, tem um panorama completo da participação brasileira em Guadalaraja nesta semana e a perspectiva do desempenho dos brasileiros que ainda vão estrear na competição. Não perca! Abaixo, ouça podcasts com os brasileiros que estão na maior competição esportiva das Américas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Inesquecíveis medalhas douradas para Thiago Pereira e Ana Luiza Ferrão

Aos 37 anos, a bióloga Ana Luiza Ferrão viveu um momento histórico em Guadalaraja, ontem, dia 19. A brasileira, já classificada para Londres 2012, faturou sua primeira medalha em pans, e foi logo uma de ouro, com os 773,9 pontos na final da pistola de 25 metros no tiro esportivo, novo recorde panamericano.

No noticiário dourado do dia, Ana Luiza teve a companhia do nadador Thiago Pereira, que com a vitória soberana nos 200 metros medley da natação chegou a sua décima medalha de ouro em Pans, a quarta nesta edição, tornando-se assim, aos 25 anos, ao lado de Hugo Hoyama, o maior vencedor brasileiro da história nos jogos.

Ainda ontem, Thiago caiu na água para a disputa do revezamento 4x200 livre e conquistou a prata ao lado de André Schultz, Nicolas Oliveira e Leonardo de Deus. O ouro ficou com os norte-americanos. Hugo Hoyama também esteve em ação no tênis de mesa, mas acabou eliminado no individual pelo cubano Andy Pereira por 4x2.

Também pelo tênis de mesa, Gustavo Tsuboi deu adeus ao torneio, mas Thiago Monteiro segue na briga por medalhas, hoje nas quartas de finais, assim como Lígia Silva. Jéssica Yamada e Carolina Kumahara, nossas outras representantes, estão fora.

A terça-feira em Guadalaraja teve outra medalha de prata para o Brasil, essa com um gostinho amargo. Fabiana Beltrame, nossa campeã mundial do remo, chorou muito após não ter conseguido vencer a final do single skiff leve, o ouro ficou com a norte-americana Gold Sack.

Teve outras medalhas brasileiras: no tiro esportivo, Roberto Schmits foi bronze na fossa olímpica, e na natação, Henrique Rodrigues foi prata nos 200 metros medley masculina. Na versão feminina da prova, Joana Maranhão sofreu com a altitude, a velocidade das americanas e o apoio dos mexicanos à atleta local, e terminou em quarto.

Nos esportes coletivos, a seleção de vôlei feminino não tomou conhecimento da República Dominicana e venceu por três sets a zero (25/19, 25/18, 25/23) e hoje encara
Cuba na final. Além de ser uma revanche ao Pan do Rio 2007, quando as cubanas venceram as brasileiras em casa, o jogo pode marcar a conquista da única medalha de ouro que falta a essa geração vencedora de olimpíada, Grand Prix e copas de vôlei.

No futebol masculino, em jogo truncado, Brasil e Argentina ficaram no 1x1. Henrique, pelo Brasil, e Araújo, pela Argentina, ambos em chutes cruzados, fizeram os gols da estreia das duas seleções, que precisam apresentar mais futebol para encantar os mexicanos.

Outros destaques brasileiros da terça-feira foram nossos velejadores: Matheus Delagnello, Alexandre do Amaral e Gabriel Borges, Ricardo Santos e Patrícia Freitas seguem na liderança de suas categorias; no squash masculino, a equipe brasileira formada por Vinicius de Lima, Rafael Fernandes e Vinicius Rodrigues eliminou a Argentina e já está nas quartas de final. No vôlei de praia, Juliana e Larissa venceram e estão nas semifinais, e o dia também foi vitorioso para Alisson e Emanuel, classificados para as quartas-de-final. Por fim, no nado sincronizado, a equipe brasileira foi terceira colocada na fase classificatória.

Nesta quarta-feira, o Brasil tem boas chances de medalha com Lara Teixeira e Nayara Figueira no nado sincronizado, além de possibilidades de pódio nas provas de lutas que começam hoje. Cesar Cielo volta às piscinas, a seleção de futebol feminino encara Porto Rico e tem a final do vôlei feminino às 23h. O país ocupa a segunda posição no quadro de medalhas, com 36 conquistas, sendo 12 ouros, 11 pratas e 13 bronzes.

Durante o Pan, de segunda a sexta-feira, às 8h45 da manhã, apresento um resumo do desempenho brasileiro no programa Manhã Cantareira, na rádio comunitária Cantareira FM 87,5 (www.radiocantareira.org). E aos domingos, das 19h às 21h, o Galera do Esporte, apresentado por mim na mesma rádio, traz todas as informações dos jogos em Guadalaraja, além de história e análises sobre a maior competição esportiva das Américas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Thiago Pereira tenta ouro, mas só meninas da ginástica rítmica conseguem

Thiago Pereira se esforçou, mas ainda não conseguiu igualar as dez medalhas de ouro conquistadas por Hugo Hoyama na história dos Jogos Panamericanos. Com três ouros desde o começo das competições em Guadalaraja, o tubarão do Brasil faturou ontem, terça-feira, a medalha de bronze nos 200 metros peito, em prova vencida por Robert Mahoney, dos Estados Unidos.

Hoje, nos 200 metros medley, Thiago deve ser o vencedor e alcançar as dez medalhas douradas. Porém Hugo Hoyama segue em busca de sua décima primeira medalha de ouro na história dos jogos, já que ontem avançou na etapa classificatória das disputas individuais do tênis de mesa, assim como Thiago Monteiro, Gustavo Tsuboi e Jéssica Yamada.

Além da medalha de Thiago, a natação brasileira teve ontem um grande dia nas competições femininas. No revezamento 4x200 livre, Tatiana Barbosa, Manuella Lyrio, Jéssica Cavalheiro e Joana Maranhão faturaram a prata, melhorando o desempenho de 2007, quando a equipe feminina foi bronze. Ontem, Joana conseguiu ainda bronze nos 200 metros medley.

Foi da ginástica rítmica que pintou a única medalha dourada do dia. No combinado das fitas e arco, as brasileiras Dayane Amaral, Débora Falda, Bianca Mendonça, Eliane Sampaio, Drielly Daltoé e Luisa Matsuo venceram. Luisa se despediu da seleção em grande estilo. Quem também faturou medalha foi Angélica Kvieczynski, prata na disputa individual das maças.

Na ginástica trampolim, conquista histórica com Rafael Andrade, medalhista de prata. Antes, o Brasil só tinha conquistado um bronze, em 2007, no feminino, com Giovana Matheus. As outras medalhas do dia foram a prata de Alexis Mestre e João Borges Júnior, no dois sem timoneiro do remo; e o bronze de Júlio Almeida, na pistola de ar de 50 metros, a segunda medalha dele em Guadalaraja.

Nos esportes coletivos o Brasil venceu fácil a Argentina no futebol feminino, por dois a zero, e o handebol masculino voltou a atropelar mais um adversário: 37 a 15 sobre a Venezuela, e vaga garantida nas semifinais.

Também ontem, aconteceram as últimas disputas do taekwondo. Natália Falavigna foi eliminada no primeiro combate, e assim o Brasil se despediu dos jogos apenas com o bronze de Márcio Wenceslau conquistado no sábado, dia 15. Já no vôlei de praia, enquanto Juliana e Larissa avançaram para as quartas de final, Emanuel e Alisson foram surpreendidos por pelos cubanos Gonzalez e Piña, na derrota por dois a zero. A dupla volta à areia hoje precisando vencer.

Nesta quarta, destaques para a estreia do Brasil contra a Argentina no futebol masculino, deve ser parada dura, los hermanos vêm com o melhor que tem no sub 20. Também rolam as semifinais do vôlei feminino, com o Brasil encarando a República Dominicana, adversária batida no primeiro jogo da nossa seleção. Outra disputa com ótimas chances de medalhas é de Fabiana Beltrame. A campeão mundial de remo é a favorita na final do single skiff leve feminino.

O Brasil já tem 30 medalhas no Pan – 10 ouros, 9 pratas e 11 bronzes, ocupa a segunda posição, com um medalha de ouro a mais que o México, terceiro colocado. Soberanos, os norte-americanos lideram com 63 conquistas, 24 douradas.

Na rádio comunitária Cantareira FM (www.radiocantareira.org) todos os dias eu falo do Brasil no Pan de Guadalaraja no Programa Manhã Cantareira, das 8h às 10h; E nos domingos de outubro, o Galera do Esporte, que vai ao ar e à web das 19h às 21h, tem a primeira hora exclusivamente dedicada aos jogos. Ouça abaixo podcasts dos brasileiros nos jogos.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Superação é marca de medalhistas brasileiros

Nesta terça-feira chegamos ao quarto dia de Jogos Panamericanos em Guadalaraja e o Brasil segue com desempenho surpreendente: já são 21 medalhas, sendo 9 ouros, 5 pratas e 7 bronzes, e um sólido e tranquilo segundo lugar no quadro de medalhas.

De domingo até a manhã desta terça, alguns esportistas brasileiros deram exemplos de superação, mas dois casos merecem destaque especial: Marcel Stumer e Hugo Hoyama. Marcel, bi campeão panamericano, mal chegou em Guadalaraja mas já virou notícia: após ter toda a sua bagagem rouba no embarque para o México, afirmou que competiria até de bermuda se preciso for. Não tenho dúvidas, de que será medalhista.

E Hugo Hoyama, hein? O incansável, o vencedor, o maior medalhista de ouro brasileiro na história do Pan chegou na segunda a sua décima conquista dourada na competição por equipes do tênis de mesa, ao lado de Gustavo Tsuboi e Thiago Monteiro. Hugo lutará por mais um ouro a partir de hoje no individual. Tem boas chances.

Porém, se der a lógica, Thiago Pereira, que já tem nove ouros panamericanos no currículo, o último conquistado ontem nos 100 metros costas, deve ultrapassá-lo em medalhas douradas, já que outras cinco finais para disputar. Mas Hugo continuará imortal, fantástico, pois é para poucos ser campeão panamericano aos 42 anos...

Ainda sobre a natação, na segunda-feira vivemos fortes emoções com Leonardo de Deus. O jovem de 20 anos venceu os 200 metros borboleta, mas um fiscal apontou irregularidade no uso do patrocinador da touca. Após uma hora de suspenso foi confirmado vencedor. Além do ouro dois destaques nesse caso: o primeiro é para a patrocinadora Yakult, já que penso que mais se deu bem do que mal nessa história, pois tornou-se ainda mais conhecida e o desfecho foi positivo. A outra observação é sobre a pressão que a Record fez nos bastidores para garantir a medalha do rapaz, postura certíssima, na minha opinião, quem tem poder pra isso deve exercê-lo quando preciso.

A segunda-feira brasileira em Guadalaraja tem foi marcada por outras conquistas expressivas: os dois bronzes da ginasta Angélica; o ouro da ginástica rítmica por equipes com as bolas; partidas vitoriosas de Juliana e Larissa e Alison e Emanuel no vôlei de praia, vitória difícil do Brasil sobre Cuba no vôlei feminino (em 2007 as cubanas venceram nossas meninas na final) e goleada no handebol feminino sobre o Uruguai.

Tivemos ainda o brasileiro Daniel Paiola do Badminton garantindo no mínimo um bronze para o país no individual da modalidade. Daniel vota à quadra hoje e se vencer as semifinais disputa o ouro. O Brasil nunca teve medalhas individuais nesse esporte. Hoje também tem Brasil e Argentina na estreia do futebol feminino.

Na rádio comunitária Cantareira FM (www.radiocantareira.org) todos os dias estou falo do boletim do Pan no Programa Manhã Cantareira, das 8h às 10h; E nos domingos de outubro, o Galera do Esporte, que vai das 19h às 21h, tem a primeira hora exclusivamente dedicada aos jogos. Interaja comigo em dgna_2003@ig.com.br ou galeradoesporte@hotmail.com; Ouça abaixo podcasts dos brasileiros nos jogos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Valeu, Tubarão! Que pena, Jaqueline...

O primeiro dia de competições em Guadalaraja começou dourado para o Brasil, com Thiago Pereira, o Tubarão do Brasil, nos 400 metros medley. Até certo ponto foi surpreendente, pois nesta temporada Thiago só tinha tido boas conquistas em competições nacionais e uma medalha de ouro nos 200 metros borboleta, em fevereiro, em torneio no exterior.

Thiago não teve adversários neste sábado e bateu em primeiro com 4min16s68, bem a frente dos norte-americanos Conor Dwyer e Robert Margalis, que completaram o pódio. Thiago nadará mais sete provas no Pan, incluindo a de revezamento neste domingo. Se vencer todas, bate o recorde de sete medalhas de ouro, que obteve no Rio 2007.

Ainda nas águas, o Brasil encerrou o sábado com outras três medalhas de prata: com Joana Maranhão, nos 400 medley feminino, Daynara de Paula nos 100 metros borboleta e no revezamento 4x100 medley feminino. Em julho, Joana foi prata nos 200 medley no Open de Paris, de modo que o resultado de ontem foi esperado.

No pentatlo moderno, Yane Marques também foi prata e criticou a organização dos jogos sobre as condições dos locais de competição, especialmente na prova final do combinado. Ela era favorita ao ouro, mas o lugar mais alto do pódio foi de Margaux Isaksen, dos Estados Unidos.

No taekwondo, Márcio Wenceslau foi bronze e reclamou da arbitragem na luta em que foi derrotado por Damian Villa, bicampeão mundial da categoria até 58 kg. A outra medalha do dia foi inédita para o Brasil: bronze de Angélica Kvieczynski no individual geral da ginástica rítmica. Antes , o país só tinha conquistas no individual por aparelhos e por equipes.

Ainda no primeiro dia de Pan, o tênis de mesa brasileiro saiu invicto das disputas, o squash venceu quatro partidas, o handebol venceu com facilidades e o vôlei feminino suou um pouco para bater as dominicanas por 3 a 1 e Jaqueline saiu de quadra desacordada, mas já está em tratamento, porém fora do restante do Pan.

Neste domingo, tem o pentatlo masculino, com poucas chances de medalhas para o Brasil, e brigas por medalhas na natação e taekwondo, ai som com boas chances para Diogo Silva, medalhista de ouro no Pan. Na hora do Galera do Esporte, das 19h às 21h, poderemos comemorar juntos as medalhas do taekwondo e ginástica rítmica.Fique ligado em www.radiocantareira.org

sábado, 15 de outubro de 2011

Depois da festa, a batalha

Após os shows pirotécnicos e músicas que marcaram a abertura do Pan na noite de ontem, começa a batalha por medalhas neste sábado. Alguns dos 519 brasileiros (esse é o número oficial e não 521, como informei antes) já estarão em ação.

No programa do Pan de hoje estão previstas provas de Mountain Bike, Pentatlo Moderno Feminino, Badminton masculino e feminino, remo, Squash masculino, Natação, Tênis de Mesa por equipes, Taekwondo, Handebol feminino, Ginástica Rítmica individual e Vôlei Feminino.

Entre os muitos atletas com chances de medalhas, destaque para Yane Marques no Pentatlo Moderno, que chegou às finais do mundial da modalidade neste ano e figura entre as cinco primeiras no ranking.

No ciclismo Mountain Bike os três brasileiros tem chances de medalhas – Erika Gramiscelli, Vando Cruz e Rubinho Valeriano, este último prata no Pan do Rio.

Na natação, Thiago Pereira, que ganhou sete ouros no Pan 2007 tenta a sorte nos 400 medley. Se passar das eliminatórias, a partir das 12h, disputa o ouro a partir das 21h, no Centro Aquático Scotiabank. Também temos boas chances com Lucas Kanieski nos 400 livre, no revezamento 4x100 livre feminino e com Gabriela Silva nos 100 borboleta, já que foi finalista em Pequim e no mundial de Roma 2009.

Na ginástica rítmica, apesar da recente decepção de não se classificarem para Londres 2012, as meninas do Brasil tem condições de conquistar medalhas no Pan nas provas individuais.

Tem ainda o Taekwondo, com medalha quase certa para Kátia Arakaki, campeã pan-americana em 2010, na categoria até 59kg e Márcio Wenceslau, na prova até 58kg.

Por fim, teremos estréias nos esportes coletivos. No tênis de mesa por equipes, temos as disputas da primeira fase no masculino e feminino, com o super Hugo Hoyama, além de Tiago Monteiro, Gustavo Tsuboi e Lígia Silva. No handebol feminino, talvez com um pouquinho de dificuldade, o Brasil vence os Estados Unidos, e no vôlei feminino, a República Dominicana não será páreo para as comandas de Zé Roberto.

Minha aposta do dia: bronze de Rubinho Valeriano, prata de Márcio Wenceslau e Kátia Arakaki, bronze no revezamento feminino 4x100 da natação, prata de Gabriela Silva, ouro com Thiago Pereira e Yane Marques.

Amanhã, às 19h, tem a cobertura completa do Pan no Galera do Esporte (www.radiocantareira.org). Abaixo, os podcasts com os brasileiros em Guadalaraja.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A chama do esporte pelos próximos 17 dias

Começa hoje os 16° Jogos Panamericanos, o Pan, que aporta pela terceira vez no México (por lá já este nas edições de 1955 e 1975, na Cidade do México), em Guadalaraja. Pelos próximos 17 dias, as chama do esporte vai iluminar os principais esportistas de 42 países das Américas, embora alguns astros, principalmente dos Estados Unidos, não comparecerão aos jogos.


Nada que vá tirar o brilho da competição e muito menos a nossa torcida aqui no Brasil para, no mínimo, repetir a boa campanha do Rio 2007, quando subimos ao pódio 161 vezes, mas oficialmente conquistamos 157 medalhas, pois os quatro pódios da nadadora Rebeca Gusmão foram desconsiderados devido a um problema da esportista com o exame antidopping.


Já na cerimônia de abertura, o Pan de Guadalaraja será um m0mento significativo para nós, com Hugo Hoyama, o maior medalhista de ouro do país em pans (9) como nosso porta-bandeira aos 42 anos de idade, simplesmente fantástico!


Guadalaraja deve marcar a conquista da milésima medalha brasileira na história dos jogos (já temos 923) e pode iniciar um novo paradigma na transmissão de esporte para o Brasil se a Rede Record, que detém os direitos de transmissão, mantiver o foco nos jogos e principalmente a transmissão das modalidades no horário nobre. Se der audiência, acredito que a Globo irá repensar posturas, como a dos jogos de futebol pra lá das 22h... é só um palpite.


Diferente de 2007, quando acompanhei cada minuto dos jogos, por transmitir o Pan do Rio, neste ano sou apenas mais um espectador durante a semana e noticiarista dos jogos aos domingos a noite. Mas mantenho o entusiasmo em torcer pelo esporte brasileiro.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Galera do Esporte em sintonia com o Pan 2011

De 14 a 30 de outubro, rola o Pan de Guadalaraja, no México. E o Galera do Esporte, que vai ao ar e à web todo domingo, das 19h às 21h, e às segundas-feiras, às 13h e às 22h, na rádio comunitária legalizada Cantareira FM 87,5 (http://www.radiocantareira.org/) vai estar em sintonia com o Pan.

Boletins sobre a participação dos brasileiros, história dos jogos, análises e retrospectivas sonoras da edição do Pan do Rio 2007, serão apresentados por Daniel Gomes e William Douglas, que na última edição do Pan transmitiram os jogos, por sistema off-tube, como parte de um trabalho de conclusão de curso.

Aqui no Blog Olímpicos do Brasil, você terá ainda podcasts sobre quem serão nossos representantes nas pistas, quadras, campos e ruas na décima sexta edição do Pan (veja abaixo).

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um tal Isaquias Queiroz

Nas águas de Brandenburg, na Alemanha, o brasileiro Isaquias Queiroz conduziu sua canoa para uma inédita medalha de ouro, no domingo, 31 de julho, no Mundial Júnior de Canoagem Velocidade na prova do C1 200 metros masculino e ainda faturou a prata no C1 500 metros.

Ao ver o nome deste brasileiro de 17 anos, nascido em Ubaitaba, na Bahia, nas notinhas informativas dos jornais, sites e tevês regionais, alguns podem ter se perguntado ‘quem é esse tal de Isaquias Queiroz?’, mas, certamente a maioria, após soltar algo próximo a um ‘que legal, um brasileiro ganhou uma medalha de ouro’, buscou por notícias de jovens estrelas de futebol como Neymar, Lucas, Oscar, entre outras do esporte mais popular do mundo.

Mais que uma pequena alegria por ‘um brasileiro que ganhou ouro’, a conquista de Isaquias Queiroz merece reflexões profundas, pois pode representar a colocação do Brasil em evidência na canoagem internacional.

Isaquias venceu o C1 200 metros por uma ‘pontinha de canoa’ contra o búlgaro Boyan Mihaykov: o brasileiro conclui o percurso em 41”205 e o adversário em 41”206, isso ai, um milésimo a frente! Vitória só por velocidade? Certamente não, o equilíbrio psicológico também estava na canoa de Isaquias. Resistir a pressões é uma das principais virtudes dos campeões.

No C1 500 metros, o brasileiro perdeu o ouro por um segundo de diferença para o tcheco Martin Fuksa, canoísta que no C1 200 metros foi o terceiro colocado, mais de um segundo atrás de Isaquias.


Surpreendente? Planejado!

A glória do último domingo do canoísta que desde os 12 anos coleciona títulos nacionais e sulamericanos pode ser até considerada, desde o ano passado, como uma espécie de “crônica do sucesso anunciado”.

Isaquias começou a remar na infância no Rio de Contas, em sua cidade natal, Ubaitaba, em um programa promovido pelo Ministério do Esporte, o “Segundo Tempo”, que tinha por meta tirar crianças e adolescentes das ruas. Mostrando talento para a modalidade foi convidado a integrar a Associação Cacaueira de Canoagem de Ubaitaba.

Em 2009, mesmo sabendo que seus níveis de treinamento não eram os melhores, resolveu vir a São Paulo competir no Campeonato Brasileiro. Não teve grandes resultados, mas chamou a atenção de Pedro Sena técnico da seleção brasileira e começou ter oportunidades nas seleções de base.

No ano passado, alcançou destaque na mídia por ter chegado as quartas de final dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura. Embora tenha voltado sem medalhas, registrou o melhor tempo da prova com percurso de 420 metros: 1’ 41”53. Ainda em 2010, conquistou a medalha de prata no Campeonato Sulamericano de Canoagem Velocidade.

O Flamengo resolveu investir no garoto ainda naquele ano e os frutos de um treinamento em melhores condições na Lagoa Rodrigo de Freitas começaram a ser colhidos já no começo de 2011: em abril, Isaquias Queiros faturou seis medalhas no Sulamericano de Canoagem Velocidade no Rio de Janeiro, e em maio foi o sexto colocado no C1 500 metros da etapa de Duisburg, na Alemanha, da Copa do Mundo de Canoagem velocidade.

Nesta competição, o tempo de Isaquias foi de 1’51”603 e o do vencedor Ilya Shtokalov, da Rússia, 1’49”720. A diferença de quase dois segundos, mostra que para o universo da canoagem Isaquias Queiroz não é um prodígio, mas é significativo e esperançoso para os mais de 30 mil praticantes da canoagem no Brasil que um atleta tupiniquim tenha chegado à final.

Mesmo o ‘tempo campeão’ de Isaquias Queiroz no C1 200 metros - 41”205 – está muito distante da marca de 39”918 do vencedor da última etapa da Copa do Mundo, o russo Ivan Shtyl, mas não há dúvidas que a canoa de Isaquias está no prumo certo.

A propósito, toda a canoagem brasileira está bem aprumada: desde março, a modalidade tem o patrocínio do BNDES e uma das prioridades do investimento é fortalecer os quatro centros de treinamentos de alto rendimento no Rio de Janeiro, São Bernardo do Campo, Caxias do Sul e Foz do Iguaçu. Bom será que não se esqueçam de Ubaitaba e de outras cidades pelo país, onde diariamente atletas alimentam sonhos de campeão, em meio a limitadas estruturas esportivas.

Façamos festa por Isaquias Queiroz do Brasil, mas com moderação, pois já neste mês, entre os dias 18 e 21, em Szeged, na Hungria, ele pode nos dar mais uma “alegria surpreendente”: competirá no Mundial Adulto de canoagem velocidade, que classifica para a Olimpíada de Londres 2012.

Isaquias Queiroz tem demonstrado clareza: fala que sua olimpíada é a de 2016, mas não se surpreenda se ele estiver em Londres no próximo ano. “Eu treinei muito, então eu estava esperando essa medalha”, disse em entrevista ao site da Federação Internacional de Canoagem após faturar o ouro no Mundial Júnior. Esse é mesmo o caminho, Isaquias: treinar e acreditar. Não perca o foco, campeão!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cielo sairá fortalecido do episódio de antidoping

Aos 24 anos de idade, César Cielo Filho, único brasileiro campeão olímpico de natação, com os fantásticos 21s30 nos 50 metros livres em Pequim 2008, vive o momento mais delicado de sua carreira. Em 20 de julho, antes do início das disputadas do Mundial de Desportos Aquáticos, em Xangai, Cielo será julgado no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), pelo uso da substância furosemida, proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Ao que tudo indica, Cesão e os outros três atletas flagrados no exame antidoping no início de maio (Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked) foram vítimas de um possível descuido da farmácia Ana Terra, que produziu os suplementos alimentares ingeridos por esses esportistas, que teriam provocado a ingestão da furosemida.

Diante do fato, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) resolveu adverti-los apenas, já que periodicamente estes atletas realizavam, a pedido da própria confederação, exames de controle de dopagem. Porém, atendendo a protestos de nadadores como o francês Alain Bernard (um dos principais adversários de Cielo, superado por ele nos 50 metros livres em Pequim), a Federação Internacional de Natação (FINA) encaminhou pedido a TAS de suspensão dos esportistas por seis meses.

Independente da decisão a ser tomada (a mais coerente, ao meu ver, é a suspensão, pois em outros casos similares, acidentais ou não, foi isso que se fez) não tenho dúvidas de que se seguir bem orientado e assessorado, César Cielo continuará a ser referência mundial da natação e mais: este episódio de “doping acidental” tende a transformá-lo definitivamente em ídolo nacional e internacional.

Explico: o conceito de ídolo não é novo e remete, ao universo do esporte, à sigla T.O.P.S.T.A.R, cuja cada uma das letras, traduzidas para o português, significam: T- atleta que atua em função do time; O – vida fora de campo; P- características físicas; S – sucesso; T – capacidade do atleta de transferir seus comportamentos e atributos para o de outras pessoas A – idade; e R- reputação.

Cielo é jovem, 24 anos, colocou a natação brasileira em destaque no cenário mundial após o ouro em Pequim, até agora tem uma biografia de vida sem manchas (e que ficará mais irretocável se provado que foi vítima dessa história de doping), força física, sorriso fácil e cabelos imponentes são seus atributos físicos marcantes, os quais, tal qual seus comportamentos são transferidos a toda uma geração (Cielo foi um dos ‘garotos propagandas’ mais requisitados de 2010, oferecendo de restaurantes a curso de idiomas), é, enfim, um cara de sucesso.

Faltava-lhe algo, ou melhor, a intensificação de algo: a superação de dificuldades fora de ‘campo’: não que não tenha se superado ao longo da carreira, já que o garoto interiorano de Santa Barbara do Oeste resguardou-se da vida em família e dos agitos da juventude para se dedicar aos treinos nos Estados Unidos, antes das láureas olímpicas.

Tudo isso foi muito nobre, mas acredito que agora, se César Cielo sair ileso do episódio de doping, mantiver os treinamentos em alto nível e voltar em Londres 2012, dando a “volta por cima do injustiçado”, terá lugar reservado no hall dos ídolos olímpicos brasileiros, entre os quais estão, ao meu ver, atletas geniais como Vanderlei Cordeiro de Lima, Maurren Maggi, protagonistas de superações na carreira que culminaram em medalhas nos Jogos e em reconhecimento internacional.

Evidentemente, se punido Cielo fará muita falta à natação brasileira no Mundial de Desportos Aquáticos, neste mês, e também no Pan de Guadalaraja, em outubro. Porém, se bem orientado e aparado por pessoas e instituições competentes terá a grande chance de dar a volta por cima e atestar a condição de ídolo. Boa sorte, Cesão!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Opostos de comprometimento olímpico

Os dois têm 28 anos. Ela acumula duas participações olímpicas no currículo, ele esquivou-se de tentar ir para os Jogos uma vez. No domingo, 26 de junho, ela voltou a ser medalhista em uma competição internacional. Na sexta-feira, dia 24, ele, de novo, recusou o chamado para classificar o Brasil à olimpíada.

Ela é Daiane dos Santos, que no Meeting Internacional de Ginástica Artística, em Natal, foi ouro por equipes com a seleção feminina, bronze na prova individual do salto e medalhista de ouro no solo. Ele é Nenê Hilário, jogador de basquete do Denver Nuggets, que mais uma vez pediu dispensa da seleção brasileira masculina, que em agosto disputa o Pré-Olímpico das Américas, em Mar Del Plata, na Argentina.

Sinceramente, é difícil entender esses opostos de comprometimento olímpico. Antes de entrar no ginásio lotado por seis mil pessoas no último fim de semana em Natal, a última vez que a ginasta gaúcha vestiu as cores brasileiras em uma competição oficial foi em Pequim 2008, quando teve um discreto desempenho olímpico, que em nada lembrou o bom quinto lugar conquistado em Atenas 2004.

Nesse intervalo de tempo, Daiane sofreu com contusões no joelho, cirurgias, e no começo de 2010 foi suspensa por cinco meses de competições oficiais, após ser flagrada em um exame antidoping feito em julho de 2009, que apontou o uso de furosemida, um diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

E mais: 28 anos de idade para uma ginasta não é a mesma coisa que para um jogador de basquete. No crepúsculo da carreira, Daiane dos Santos mostra vontade de correr atrás de uma inédita medalha olímpica em Londres 2012, e olha que ela só voltou a competir no começo de junho, por seu clube Pinheiros, após três anos de afastamento.

E Nenê Hilário? O que levaria uma referência atual do basquete brasileiro, com 28 anos, no auge da experiência e condicionamento físico, a dizer não, pela segunda vez consecutiva, a um chamado para classificar a seleção masculina de basquete a olimpíada, megaevento esportivo que “os meninos do basquete” não disputam desde Atlanta 1996?

Oficialmente, o pivô do Denver Nuggets alegou motivos pessoais e contratuais para não jogar o pré-olímpico. O pessoal é a iminente paternidade, já que sua esposa está grávida, e a criança deve nascer em julho. A razão contratual é a negociação para estender seu acordo com o Denver, que é válido até o fim da próxima temporada. Além disso, os patrões da NBA parecem que estão prestes a entrar de greve, com vistas a negociar um novo contrato de trabalho, obrigando as confederações a pagar um seguro para contar com os atletas nas equipes nacionais.

A opção de Nenê em não jogar o torneio por causa da paternidade é aceitável, mas no caso da renovação do contrato é que está o ponto polêmico. Consagrar-se na NBA é mais importante que tornar-se referência para a seleção brasileira de basquete? Em outras palavras, o basquete olímpico é menos importante que o profissional? Para ser mais claro, interessa para o basquete ser destaque na olimpíada? Não seria a hora, então, de colocar as seleções de base como se faz com o futebol?

Nenê acertou ao pedir dispensa da seleção brasileira em 2005, quando marcou uma posição política contra os dirigentes da Confederação Brasileira de Basquete, à época. Depois, vítima de problemas físicos, pediu dispensa do pré-olímpico mundial em 2007, fez o certo, não tinha opções. Mas agora, no auge da carreira, após superar uma batalha contra o câncer, entendo que o pivô brasileiro arremessou no aro a grande chance de tornar-se ícone de uma geração. Não sei se Magnano lhe dará outra oportunidade, ainda mais se conseguir montar uma seleção forte sem a presença dele.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nado sincronizado brasileiro em plena evolução

A equipe brasileira de nado sincronizado encerrou participação no domingo, 12 de junho, na Copa Savona, na Itália, com três medalhas conquistadas e confirmação de crescente evolução no cenário internacional, já que a competição reuniu os principais duetos e conjuntos do mundo.


Lara Teixeira e Nayara Figueira, que representaram o Brasil na olimpíada de Pequim em 2008 (Lara também esteve no Pan do Rio 2007, quando foi medalhista de bronze ao lado de Caroline Hildebrant) faturaram em Savona a medalha de prata no dueto, repetindo assim a conquista que tiveram no começo de junho no Brazil Syncho Open, no Rio de Janeiro.

Em Savona, Lara e Nayara ficaram a apenas 2,950 pontos de Mariangela Perrupato e Giulia Lapi, dueto italiano que venceu a competição. No torneio disputado no Rio, as brasileiras perderam o ouro por diferença de quase nove pontos para as canadenses Marie-Pier Gagnon e Elise Marcotte.

Ao que pese que as italianas ainda busquem classificação para o Mundial de Esportes Aquáticos, em Julho, em Xangai, enquanto que o dueto canadense é um dos principais do mundo, e adversário das brasileiras no Pan, a sequência de resultados constata a evolução de Lara e Nayara, ao ritmo do rock-ópera da Trans Siberian Orchestra, a cada competição internacional, bem como de todo o conjunto brasileiro.

Sem Nayara Figueira (que fraturou os dedos do pé no início do ano) nos dois primeiros torneios internacionais de referência em 2011, Lara Teixeira, ao lado de Giovana Stephan, a popular mulher gato, foi décima colocada no Aberto da Alemanha e alcançou o sexto lugar no Aberto da França.

Com a volta de Nayara ao dueto a partir do Brazil Syncho Open, a mulher gato competiu na prova solo, que não é uma categoria olímpica, e conquistou, com sobras, ouro no Rio de Janeiro e também em Savona.

Lara, Nayara e Giovana integram o conjunto brasileiro, que só teve evoluções na temporada 2011. No Aberto da Alemanha, não passou do décimo lugar. Na França, grande evolução com a quarta posição, atrás apenas da China, Japão e França. No Rio de Janeiro, novamente quarta posição, e agora em Savona a excelente terceira colocação atrás da Itália e do Canadá.

O conjunto brasileiro caiu na água para o bronze com Nayara Figueira, Michelle Frota, Lorena Molinos, Pamela Nogueira, Maria Eduarda Pereira, Giovana Stephan, Lara Teixeira e, como reservas, Joseane Martins e Jéssica Noutel.

Em entrevista ao site da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Maura Xavier, uma das técnicas da seleção, ressaltou que após os primeiros resultados na Alemanha e França foi preciso “uma mexida radical nas rotinas, aumentando o grau de dificuldade”.

Certamente esse é um dos fatores para a evolução do nado sincronizado brasileiro em 2011, mas não único. O investimento em infraestrutura também conta. Desde fevereiro, a seleção tem um local fixo de treinamento, o Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, que reestruturado pelo COB, oferece uma estrutura ainda mínima que será completada em breve com salas de musculação, alimentação e com materiais de apoio para treinamento.

O mais importante dos resultados do Brasil em Savona não foram as medalhas conquistadas em si, mas o fato de o dueto e conjunto brasileiro ter superado as competidoras mexicanas, adversárias diretas como terceira força do continente, atrás de canadenses e norte americanas. Enquanto Lara e Nayara foram medalhistas de prata, as mexicanas Isabel Delgado e Evelyn Guajardo não passaram do sexto lugar, e conjunto daquele país ficou em quinto, já as brasileiras foram bronze.

As brasileiras, no esporte que mistura força, beleza e ginga debaixo da água, têm tudo para fazer uma excelente participação no Mundial de Esportes Aquáticos em Julho, em Xangai, e há chances reais de medalhas em outubro no Pan de Guadalaraja, até porque, especialmente no conjunto, embora a seleção tenha novas caras, cinco das nove medalhistas em Savona também conquistaram o bronze por equipe no Pan do Rio em 2007. A expectativa de bons resultados é a melhor possível.

*foto: site da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos

terça-feira, 24 de maio de 2011

Maurren Maggi: sempre surpreendente

O GP São Paulo de Atletismo, realizado no último domingo, 22 de maio, na reformada pista do Estádio Ícaro de Castro Melo, na zona sul da capital, foi espetacular: medalhistas de 17 países, 16 medalhas para esportistas brasileiros, 57 entre os 100 melhores atletas do mundo nos campos e pistas, boas revelações brasileiras como Nilson André, bronze nos 100 metros rasos, e Jailme Sales, também bronze nos 400 metros feminino, mas a estrela da competição foi uma só: Maurren Maggi.


É impressionante como essa paulista de São Carlos, aos 34 anos, tem a capacidade de dar a volta por cima na vida e superar os limites do esporte. O voo horizontal de 6,89 metros, que lhe rendeu o ouro no salto em distância no domingo, é a melhor marca da categoria feminina em 2011. O melhor desempenho anterior era da norte-americana Funmi Jimoh, que alcançou 6,88 metros, no começo de maio, em uma competição em Doha, no Qatar, quando Maurren faturou a prata com 6,87 metros.


Mas o que dá a Maurren a manutenção de heroína brasileira não são seus resultados na pista, mas sim como ela supera as adversidades que saem das caixas de areia e interferem em seu cotidiano.


Em 1999, por exemplo, Maurren faturou o ouro no Pan de Winnipeg, cravou a melhor marca da carreira, 7,26 metros, e chegou alçada à condição de favorita ao ouro em Sydney 2000. A medalha olímpica não veio. Na bagagem de Austrália, Maurren trouxe a primeira contusão séria de sua biografia esportiva, mas não lhe faltou determinação para vencê-la.


Recuperou-se e estava pronta para o bi no Pan de Santo Domingo, quando foi flagrada em exame antidoping, que acusou uso de substância proibida, a qual estava contida em uma pomada para cicatrização utilizada pela atleta. Suspensa por dois anos pela Associação Internacional de Atletismo, Maurren não saltou naquele Pan, também esteve de fora das disputas em Atenas 2004. Tudo indicava o fim de uma carreira promissora, mas ela provaria ser possível dar a volta por cima, de novo.


Após casamento conturbado e posterior separação, e o nascimento de sua filha Sofia, Maurren retornou as pistas no início de 2006 e já no Pan do Rio em 2007, voltava a ser a rainha das Américas com a medalha de ouro no salto em distância. Na temporada 2008, evoluiu gradativamente até chegar ao salto de 6,99 metros às vésperas da olimpíada de Pequim.


Faltavam alguns centímetros para o ouro, diziam os especialistas, e esses centímetros a mais, ou o centímetro a mais, veio em 22 de agosto de 2008, no Ninho do Pássaro, em Pequim, quando a brasileira voou para o ouro a 7,04 metros, tornando-se a primeira medalhista de ouro de nosso país em uma competição individual olímpica.


Após a consagração na China, a vida colocaria a determinação de Maurren novamente a prova: o joelho direito começou a prejudicar sua performance e em setembro de 2009 uma artroscopia foi inevitável. Passados 10 meses de recuperação, a campeã olímpica retornou às pistas em São Paulo, mas no primeiro salto, uma fisgada na coxa esquerda voltou a afastá-la das competições em julho de 2010. Seria o fim?


Não. Maurren Maggi ressurgiu de novo, e para ela, essa frase não é pleonasmo. Em 23 de fevereiro, de novo em São Paulo, voltou às caixas de areia para o ouro em 6,32 metros. No começo de maio, como dito, já estava saltando em 6,87, e no último do domingo, cravou a melhor marca do ano, garantiu-se para o Mundial de Atletismo em Daegu, na Coréia do Sul, em agosto, e para o Pan de Guadalaraja, em outubro.


Assim que saiu da caixa de areia, Maurren Maggi, num misto de sensações que as palavras são incapazes de descrever, vibrou com a torcida, com seu fiel técnico Nélio Moura e chorou nos ombros do ortopedista, Moisés Cohen, que a operou do joelho.


Ela comemorou muito a vitória na pista, abraçou a filha Sofia, subiu com a garota no pódio, e afirmou em tom de certeza: “Voltei para ganhar e ninguém me tira mais daqui”. Alguém duvida que nossa campeã olímpica será capaz?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pagura: Estado de SP vai ampliar ações esportivas

Em 06 de maio, conversei com Jorge Roberto Pagura, secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude. A entrevista foi veiculada no Galera do Esporte, no domingo 15 de maio e também publicada em um dos jornais que trabalho. Pagura afirma que Estado investirá na disseminação de práticas esportivas nas escolas públicas, em ações de incentivo ao esporte para jovens e idosos e se mostra confiante de que a abertura da Copa será em São Paulo. Confira a versão que foi publicada no jornal.

Daniel Gomes - O senhor atuou na gestão de modalidades como tênis, vôlei e polo aquático. Como essas experiências têm lhe ajudado nos desafios na secretaria
Jorge Roberto Pagura - Eu trabalho como dirigente de esporte amador desde 1986. Hoje, nós temos que incutir na população uma política pública de esporte. E não existe nada melhor para isso do que se levarmos e incentivarmos os atletas, primeiro, fazendo competições, segundo, dando condições e locais para que eles pratiquem e terceiro, criando eventos, criando ídolos que possam servir de espelho. Minha experiência com o esporte amador foi muito gratificante. Cada vez que eu promovia um grande evento, com ídolos participando, no dia seguinte tinha uma procura enorme de inscrições para aprender o esporte disputado. Penso que esporte é inclusão social, tira nossos jovens de atividades discutíveis, para colocá-los em uma linha de treinamento. Hoje, estando na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, essa vivência do esporte amador me ajuda bastante nas decisões e na realização dos programas.


Daniel Gomes– No governo Alckmin, a secretaria voltou a responder pelas questões sobre a juventude. Qual o planejamento de ações para os jovens?
Jorge Pagura –
Hoje, um grande número de jovens gosta da prática de esportes, mas dos chamados esportes radicais, ou esportes alternativos. Nós estamos preparando um evento, que deve ser em outubro, muito semelhante aos “X Games” [evento que congrega a prática de esportes radicais] com atividades de “bicicross”, “MotoCross”, “skate” e patins, esportes que atraem muito a juventude. Temos na secretaria uma coordenação de juventude e vamos trabalhar bastante pelos jovens.


Daniel Gomes - O programa do governo para o esporte enfatiza a realização de práticas esportivas nas escolas públicas. Como isso será sistematizado?
Jorge Pagura
– Lançaremos em 13 de maio, junto com o governador Alckmin, os primeiros jogos de atividades olímpicas e paraolímpicas escolares, com a meta de atingir 55 mil alunos de toda a rede estadual de ensino. Já promovemos os esportes coletivos, como vôlei e handebol, com as olimpíadas escolares, e agora acrescentamos modalidades olímpicas e paraolímpicas individuais, como atletismo, badminton, natação, ciclismo e judô. É o início de uma política pública, com o jogo na escola, o jogo com o aluno, que é aquele que tem que servir de base. Temos que utilizar este sistema híbrido: promover jogos na escola e ter a formação de atletas nos clubes.


Daniel Gomes – Criada em 2010, a Lei Paulista de Incentivo ao Esporte motiva as empresas a apoiarem, com o repasse de até 3% do valor do ICMS, projetos esportivos no Estado. No entanto, atualmente a inscrição de projetos está suspensa. Há uma explicação?
Jorge Pagura –
Quando nós assumimos, havia mais de 130 projetos para serem analisados, a captação tinha sido muito pequena e precisávamos de um melhor preparo não só do grupo de apoio, mas do núcleo que avalia inicialmente os projetos. Agora já estamos estruturados e as inscrições devem ser reabertas de 13 de maio a 13 de junho. Estamos tentando estimular a realização desse projeto, pois é um dinheiro extra que pode ajudar em uma política pública para o esporte. Temos inicialmente 60 milhões de reais.


Daniel Gomes – Gostaria de saber detalhes sobre a bolsa Talento Esportivo. A quem se destina e quais as metas dessa iniciativa?
Jorge Pagura
– Há quatro categorias da bolsa talento esportivo [Estudantil (14 a 17 anos), Juniores (17 a 21 anos), Nacional e Internacional (ambas a partir de 21 anos)], com valores que variam de 415 reais a 2.490 reais. Contempla praticantes de esporte infantil, esporte escolar, esporte para atletas com resultados nacionais e internacionais. Hoje temos 313 atletas beneficiados e queremos chegar até o fim da nossa gestão com 800 a 900 contemplados.


Daniel Gomes - De que a maneira a secretaria incentiva a prática de atividades físicas pelos cidadãos?
Jorge Pagura
– Esse é um dos pilares do nosso programa de governo, o trabalho com o esporte como qualidade de vida. Nós temos o núcleo de saúde, criado só para trabalhar em qualidade de vida. Acredito que a partir de junho, vamos lançar um programa direcionado para a terceira idade, além de outros projetos relacionados com atividades em parques e praças, com orientação médica. Estamos nos acertando com algumas empresas médicas que possam fazer a dosagem de açúcar no sangue dos participantes, bem como dosagem de colesterol e avaliação física. O importante é que tenhamos sempre eventos e orientação para chamar a atenção da população, já que é impossível trabalhar diretamente com os mais de 41 milhões de habitantes do Estado. Queremos que São Paulo se movimente muito. Cada dólar investido em esporte, redunda em três dólares economizados com gastos em saúde no futuro. Queremos garantir uma geração com longevidade. Hoje temos mais de 4 mil pessoas no Estado acima dos 100 anos de idade e devemos permitir que a população envelheça com qualidade de vida.


Daniel Gomes – Sobre a Copa em São Paulo, em 4 de maio a prefeitura da capital, o Corinthians e Ministério Público assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta que libera a construção do estádio em Itaquera. O senhor acredita que agora as obras serão iniciadas? Além disso, ainda é possível que a cidade abrigue Congresso Técnico da FIFA e o Centro Internacional de Imprensa (IBC)?
Jorge Pagura
– O termo de ajustamento de conduta do Corinthians com o Ministério Público já tinha sido equacionado, então só falta a liberação do alvará definitivo para que as máquinas comecem a trabalhar. Seguramente, seremos palco congresso técnico. Tendo o jogo de abertura aqui, algo que damos como certo, o congresso técnico é na cidade do jogo de abertura. Quanto ao IBC, embora tenhamos toda a estrutura praticamente pronta, há uma luta política, pois o Rio de Janeiro quer que seja lá. Asseguro que estamos totalmente preparados e continuamos lutando pelo IBC. O espaço está pronto no Anhembi, tem hotel ao lado, está próximo ao caminho para o aeroporto, está na rota do futuro estádio, não tem localização melhor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Vôlei: soberania na areia, renovação nas quadras

Das modalidades olímpicas em ação pelo Brasil no último fim de semana, nenhuma mereceu mais destaque que o vôlei: seja pela soberania nas areias de Juliana e Larissa, seja pelo despontar de uma nova equipe campeã nacional da superliga, o SESI São Paulo.

Juliana e Larissa foram espetaculares na etapa de abertura do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, encerrada no domingo, dia 24, na aniversariante cidade de Brasília.

Pentacampeãs do circuito, as brasileiras venceram por dois sets a um (21/16, 15/21 e 15/12) as norte-americanas Walsh e May, últimas campeãs olímpicas e que após um período de afastamento na temporada de 2010, já foram às finais na primeira etapa.

Ao longo da temporada, as norte-americanas podem até fazer frente para Juliana e Larissa, mas por enquanto, as brasileiras só perderão para si. O fim de semana feminino em Brasília só não foi melhor porque nenhuma outra dupla brasileira chegou às semifinais: esperava-se boa atuação de Talita e Maria Elisa, segundo colocadas no ranking nacional que ficaram pelas areias.

No circuito masculino, também em Brasília, vitória soberana de Rogers e Dalhausser. Na decisão dois a zero sobre Alisson e Emanuel (21/18 e 21/18). Vai ser difícil alguém superar os norte-americanos, campeões olímpicos e que na temporada passada venceram nove das 14 etapas disputas.

Nas quadras, a final da superliga masculina premiou a equipe de melhor campanha. Após cinco temporadas de existência, o SESI São Paulo faturou o titulo e recolocou o Estado no hall de vencedores nacionais. A última conquista havia sido do extinto Banespa, na temporada 2004/2005

No jogo do último domingo, em pleno mineirinho, portanto em território adversário, o SESI cravou três sets a um sobre o Sada Cruzeiro (25/19, 19/25, 27/25 e 25/17). O time dos astros Murilo, Escadinha e Sidão e da revelação Wallace superou a boa equipe mineira, mas que ficará marcada pelo episódio de homofobia praticada por sua torcida nos jogos semifinais contra o Vôlei Futuro.

Falando na galera de Araçatuba, a equipe masculina terminou na terceiro posição na superliga masculina, ao derrotar o Vivo Minas, mas no feminino, as meninas do Vôlei Futuro pararam nas semifinais diante do Sollys Osasco, após levarem três a zero (25/21, 25/16 e 25/21) em jogo disputado no sábado, dia 23.

Agora o Sollys Osasco e Unilever Rio de Janeiro fazem a sétima final consecutiva da superliga feminina, já no próximo sábado 30 de abril, também no ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte. Não há favoritos, mas acredito que o Unilever leva o título. A experiência de Bernardinho pode ser decisiva.


*Fotos: assessoria de imprensa da CBV

Outros destaques do esporte:

Já em Londres 2012: A seleção brasileira paraolímpica de atletismo já tem 10 vagas garantidas para Londres 2012. Se não houver imprevistos, o estádio olímpico londrino certamente assistirá provas da velocista Terezinha Guilhermina, recordista mundial no T11 100 metros, a prova mais rápida do para-atletismo feminino para pessoas com deficiência visual. A busca por índices olímpicos segue até 5 de agosto e o Brasil quer levar ao menos 30 esportistas para a paraolimpíada.

Daynara de Paula vai para Xangai: Na Tentativa de Natação para o Mundial de Desportos Aquáticos, Daynara de Paula conseguiu índice para participar dos 100 metros borboleta da competição que acontece no mês de julho em Xangai, China. Ela se juntou a 11 atletas já classificados: César Cielo, Bruno Fratus, Felipe França, Tales Cerdeira, Felipe Lima, Nicholas Santos, Kaio Márcio, Leonardo de Deus, Thiago Pereira, Henrique Rodrigues e Fabíola Molina. A última chance de classificação será durante o Troféu Maria Lenk, que começa em 2 de maio, no Rio de Janeiro.

Guarde este nome: Felipe Lessa. Ele foi soberano na disputa da 28ª edição do Aberto de Golfe de Brasília, e em disputa realizada no Peru há duas semanas ficou entre os 16 melhores. Certamente, desponta com a referência para o golfe brasileiro, modalidade que será disputada na olimpíada Rio 2016.

Efeito Roseli Feitosa: A brasileira campeã de mundial de boxe para que está fazendo escola pelo país a fora. Pela primeira vez, o Brasil enviou representantes para o mundial juvenil de boxe, encerrado na última segunda-feira, 25, em Antalya, na Turquia. Bianca Silva, pela categoria até 51 kg, venceu um combate e perdeu outro; e Yasmenn Gezzeui, na disputa para atletas com até 60 quilos, foi eliminada no primeiro combate. Valeu pela participação

Festival gratuito de hóquei indoor: A Federação de Hóquei do Estado de São Paulo realiza no domingo, 1° de maio, das 9h às 18h, o Festival de Outono de Hóquei Indoor. Será na Casa de Macau, localizada na Rua Mário Martins Almeida, 190, Interlagos, São Paulo (SP). Saiba detalhes em http://www.hoqueisobregrama.com.br/

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Brasileiros brilham no mundial de para-atletismo

A delegação brasileira volta do Mundial de Para-atletismo disputado em Christchurch na Nova Zelândia com 30 medalhas na bagagem, 17 dos 25 esportistas no pódio e com o inédito terceiro lugar da competição, atrás apenas da China e da Rússia e a frente da Grã-Bretanha – os dois países obtiveram o mesmo número de medalhas de ouro (12), mas o Brasil foi superior em pratas (10) e também conquistou oito bronzes.

Na competição realizada entre 21 e 30 de janeiro competiram mais de mil paraesportistas de 75 países e houve a quebra de 50 recordes mundiais ao longo das 211 provas disputadas.

O grande destaque brasileiro foi Terezinha Guilhermina, que correndo na funcionalidade T11, para atletas cegos, faturou quatro medalhas de ouro nos 400, 200 e 100 metros rasos e no revezamento T11-13, dos quatro por 100 metros.

Nos 100 e 200 metros, ela ainda estabeleceu o novo recorde mundial. Nas duas provas, outra brasileira, Jerusa Santos faturou as medalhas de prata. No T11 400 metros, o bronze foi para Ádria Santos, atleta que tem no currículo 13 medalhas paraolímpicas.

O tricampeão paraolímpico Lucas Prado também saiu com o peito forrado de ouro da Nova Zelândia. Ele venceu as disputas do T11, nas provas de 100, 200 e 400 metros rasos. Outro brasileiro que subiu ao pódio nessas provas foi Daniel Mendes, bronze no T11 100 metros e prata nos 200 e 400 metros.

Nas provas de média distância do T11, o Brasil brilhou com Odair dos Santos que venceu nos dez, cinco e 1.500 metros rasos, sendo que nesta última estabeleceu o novo recorde mundial de quatro minutos e quatro segundos.

Quem também fez bonito no mundial foi Yohansson do Nascimento, que competindo entre esportistas amputados foi prata no T45 200 metros e ouro no T46 100 metros. Ele é novo recordista mundial das duas categorias.

Dona da melhor marca mundial do lançamento de dardo na funcionalidade F37, para atletas com paralisia cerebral sem problemas de mobilidade, Shirlene Coelho foi medalhista de ouro na prova e conquistou também um bronze no arremesso de peso. No salto em distância para amputados sem restrição de mobilidade, André Oliveira conquistou a medalha de prata.

Jonathan Santos alcançou o segundo lugar no lançamento de disco entre competidores anões da categoria F40. Mesma posição de Carlos Bartô nos 800 metros rasos da categoria T11, para atletas cegos.

Na categoria T38, para deficientes mentais sem restrição de mobilidade, Edson Pinheiro conquistou o bronze nos 100 metros rasos. No mesmo grupo funcional, Paulo Douglas Souza foi prata no lançamento de dardo da categoria F36.

Também com bronze no peito ficou João Santos, medalhista brasileiro no lançamento de disco na funcionalidade F46, para atletas amputados sem prejuízo de mobilidade nas pernas. Dentro deste mesmo grupo funcional, André Fonteles faturou a medalha de bronze no T44 100 metros rasos.

Nos revezamentos, o Brasil conquistou medalha de ouro nos quatro por 100 metros feminino entre atletas cegas, e bronze nos quatro por 100 masculino entre esportistas amputados com mobilidade normal das pernas.
Na última prova do mundial de para-atletismo, Tito Senna faturou a prata e Ozivam Bonfim o bronze nas disputas da maratona T46, que reuniu atletas amputados.

As 30 medalhas conquistadas em Christchurch firmaram o melhor desempenho do para-atletismo brasileiro em competições internacionais recentes, já que na paraolimpíada de Pequim 2008, os esportistas faturaram 15 medalhas, sendo quatro de ouro, e no Mundial de Assen, em 2006, foram 25 conquistas.

Saiba mais sobre o paradesporto e o para-atletismo

A prática oficial de modalidades esportivas por pessoas portadoras de deficiência física tem origem na cidade inglesa de Stoke Mandeville, em fins dos anos 1940. A pedido do governo britânico, o médico neurologista Ludwig Guttmann criou um centro nacional de lesionados medulares, destinado a tratar os combatentes ingleses feridos durante a Segunda Guerra Mundial.

No ano de 1948, Guttmann organizou a primeira competição oficial entre deficientes físicos, os Jogos de Stoke Mandeville, que entre outras práticas esportivas contava com o atletismo. Antes, na Inglaterra e também nos Estados Unidos e Alemanha já havia atividades esportivas para os deficientes físicos, mas não de caráter oficial.

As disputas em Stoke Mandeville contaram com a participação de 16 atletas veteranos de guerra e se deram no mesmo período da realização dos Jogos Olímpicos em Londres 48. Na segunda edição, quatro anos mais tarde, competidores holandeses se juntaram aos ingleses nos Jogos Internacionais de Stoke Mandeville de 1952.

O sucesso do evento levou ao crescimento do paradesporto mundial e culminou na realização da primeira paraolimpíada em Roma em 1960, nas mesmas instalações da olimpíada. A então chamada Olimpíada dos Portadores de Deficiência reuniu 400 esportistas de 23 países, e esses atletas chegaram até a serem recebidos para uma audiência de fé com o papa João 23.

Em 1976, mais esportistas deficientes físicos aderiram à competição, realizada em Toronto, no Canadá, e neste mesmo ano aconteceram as primeiras paraolimpíadas de inverno na Suécia.

Um ano antes, em 1975, o paradesporto começava a ser regulamentado no Brasil, com a criação da Associação Nacional de Desporto de Deficiente, pelo professor Aldo Miccolis. Ao longo das décadas, as modalidades passaram a ser categorizadas no país, em associações de desportos para amputados, cegos, deficientes mentais e surdos.

A criação do Comitê Paraolímpico Internacional em 1989 impulsionou a fundação de confederações nacionais e assim em 9 de fevereiro de 1995 surge o Comitê Paraolímpico Brasileiro, CPB. Já naquele ano, o CBP organiza os primeiros Jogos Brasileiros Paradesportivos, em Goiânia, que se repetiria no ano seguinte em preparação às paraolimpíadas de Atlanta em 1996. Aliás, desde Seul 1988, as Paraolimpíadas acontecem no mesmo ano e local das Olimpíadas, geralmente um mês depois.

A estréia paraolímpica do Brasil foi em Heildelberg na Alemanha em 1972, com 20 atletas em quatro categorias masculinas. Nos jogos seguintes, em Toronto 1976, no Canadá, teríamos nossas duas primeiras representantes e a conquista da primeira medalha. Desde então, a exceção de Arnhen, na Holanda, em 1980, os brasileiros sobem ao pódio paraolímpico. Já são 187 medalhas, sendo que em Pequim 2008 foram 47, entre as quais 16 de ouro.

Os competidores do para-atletismo têm parcela significativa nessas conquistas brasileiras. Ádria Santos, com 13 medalhas e Luis Cláudio Pereira, com nove, estão entre os quatro maiores medalhistas paraolímpicos brasileiros.

Disputado desde a primeira edição das paraolimpíadas, o para-atletismo reúne deficientes físicos com diferentes limitações funcionais, ou seja, restrições para a realização de movimentos, potencialidade de músculos ou de visão.

Os atletas das categorias funcionais iniciadas por F competem em provas de campo, como arremessos, lançamentos e saltos e os das iniciadas com T, nas provas de pista como corridas Dentro de um mesmo grupo de classificação, quanto menor o número, maior é a limitação física do esportista.

Os deficientes visuais são agrupados em 11, 12, 13, sendo os F11 e T11, considerados completamente cegos.

Os esportistas T20 ou F20 possuem deficiências mentais; Os agrupados nos grupos de 31 a 38 têm paralisias cerebrais, sendo que os dos grupos 31 a 34 só se movimentam por cadeira de rodas.

As categorias F40 e T40 reúnem os atletas anões, enquanto que no grupo de 41 a 48 competem os esportistas amputados, mas que não precisam de cadeiras de rodas para se movimentar.

Por fim, nos grupos F51 a F58 encontram-se os cadeirantes sem paralisias cerebrais, como aqueles que sofreram poliomelite, lesões medulares e amputações. Essa mesma característica demarca os atletas das categorias de T51 a T54.

*foto: Comitê Paraolímpico Brasileiro