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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cielo sairá fortalecido do episódio de antidoping

Aos 24 anos de idade, César Cielo Filho, único brasileiro campeão olímpico de natação, com os fantásticos 21s30 nos 50 metros livres em Pequim 2008, vive o momento mais delicado de sua carreira. Em 20 de julho, antes do início das disputadas do Mundial de Desportos Aquáticos, em Xangai, Cielo será julgado no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), pelo uso da substância furosemida, proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Ao que tudo indica, Cesão e os outros três atletas flagrados no exame antidoping no início de maio (Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked) foram vítimas de um possível descuido da farmácia Ana Terra, que produziu os suplementos alimentares ingeridos por esses esportistas, que teriam provocado a ingestão da furosemida.

Diante do fato, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) resolveu adverti-los apenas, já que periodicamente estes atletas realizavam, a pedido da própria confederação, exames de controle de dopagem. Porém, atendendo a protestos de nadadores como o francês Alain Bernard (um dos principais adversários de Cielo, superado por ele nos 50 metros livres em Pequim), a Federação Internacional de Natação (FINA) encaminhou pedido a TAS de suspensão dos esportistas por seis meses.

Independente da decisão a ser tomada (a mais coerente, ao meu ver, é a suspensão, pois em outros casos similares, acidentais ou não, foi isso que se fez) não tenho dúvidas de que se seguir bem orientado e assessorado, César Cielo continuará a ser referência mundial da natação e mais: este episódio de “doping acidental” tende a transformá-lo definitivamente em ídolo nacional e internacional.

Explico: o conceito de ídolo não é novo e remete, ao universo do esporte, à sigla T.O.P.S.T.A.R, cuja cada uma das letras, traduzidas para o português, significam: T- atleta que atua em função do time; O – vida fora de campo; P- características físicas; S – sucesso; T – capacidade do atleta de transferir seus comportamentos e atributos para o de outras pessoas A – idade; e R- reputação.

Cielo é jovem, 24 anos, colocou a natação brasileira em destaque no cenário mundial após o ouro em Pequim, até agora tem uma biografia de vida sem manchas (e que ficará mais irretocável se provado que foi vítima dessa história de doping), força física, sorriso fácil e cabelos imponentes são seus atributos físicos marcantes, os quais, tal qual seus comportamentos são transferidos a toda uma geração (Cielo foi um dos ‘garotos propagandas’ mais requisitados de 2010, oferecendo de restaurantes a curso de idiomas), é, enfim, um cara de sucesso.

Faltava-lhe algo, ou melhor, a intensificação de algo: a superação de dificuldades fora de ‘campo’: não que não tenha se superado ao longo da carreira, já que o garoto interiorano de Santa Barbara do Oeste resguardou-se da vida em família e dos agitos da juventude para se dedicar aos treinos nos Estados Unidos, antes das láureas olímpicas.

Tudo isso foi muito nobre, mas acredito que agora, se César Cielo sair ileso do episódio de doping, mantiver os treinamentos em alto nível e voltar em Londres 2012, dando a “volta por cima do injustiçado”, terá lugar reservado no hall dos ídolos olímpicos brasileiros, entre os quais estão, ao meu ver, atletas geniais como Vanderlei Cordeiro de Lima, Maurren Maggi, protagonistas de superações na carreira que culminaram em medalhas nos Jogos e em reconhecimento internacional.

Evidentemente, se punido Cielo fará muita falta à natação brasileira no Mundial de Desportos Aquáticos, neste mês, e também no Pan de Guadalaraja, em outubro. Porém, se bem orientado e aparado por pessoas e instituições competentes terá a grande chance de dar a volta por cima e atestar a condição de ídolo. Boa sorte, Cesão!

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