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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Superações de Marcel Stürmer sobre os patins

Um dia, faz certo tempo já, na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul, um adolescente se encanta por uma menina que adorava patinar. Ele, então, começa a dominar as técnicas para se equilibrar sobre os patins. Não conquista a moça, mas ingressa em um esporte tido por muitos como “coisa para menina” e faz desta prática seu passaporte de sucesso.


Outro dia, faz poucos meses, esse adolescente, já moço formado, está com as malas prontas para embarcar para o Pan de Guadalaraja, quando roubam seus equipamentos de patinação. Ele viaja para a competição mesmo assim e volta com o tri-campeonato panamericano da modalidade.



Teimosia e superação. Novamente, no último fim de semana, essas duas palavrinhas estiveram sobre os patins de Marcel Stürmer, que em Brasília, conquistou uma inédita medalha de prata para o Brasil na categoria individual livre do 56° Mundial de Patinação Artística, realizado pela primeira vez no país.


Com a coreografia sobre James Bond (o agente 007), a mesma que lhe valeu o ouro em Guadalaraja, Marcel só foi superado pelo italiano Dario Betti, em Brasília. Aliás, o italiano não fez mais do que a obrigação já que seu país é referência na modalidade e neste mundial os italianos faturaram 39 medalhas, sendo 20 de ouro.


Marcel, sim, fez mais do que devia, embora já se esperasse uma medalha dele, pois em quatro mundiais anteriores o brasileiro faturou bronzes.


Porém, que cobrança por medalhas o Brasil pode fazer sobre um atleta que sofre o preconceito de ser praticante “do esporte pra mocinha”, que pertence a uma modalidade que recebe pouquíssimos investimentos do Comitê Olímpico Brasileiro (a patinação artística não é esporte olímpico) e que o ano que vem, por falta de competições de alto rendimento, seguirá ganhando a vida não como esportista, mas como artista de patinação em atrações no Brasil e no mundo?


De fato, nada temos a cobrar, só a agradecer a Marcel Stürmer, um brasileiro que dignifica a imagem do nosso esporte pelo mundo e que com seu talento influencia o despertar de novos talentos da patinação de norte a sul do Brasil.


Três desses novos talentos também conquistaram medalhas no Mundial de Patinação Artística, disputado no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, entre os dias 13 e 27 de novembro (aliás, que vergonha, o mundial teve que ser interrompido por goteiras e exceto de mosquitos no local): Gustavo Casado, 20 anos, foi prata no combinado sênior de rotinas livres e técnicas; Diego Dores conquistou prata na prova in line júnior, e Carlos Radtke, foi bronze no combinado livre júnior.


Destaques ainda para outros bons desempenhos de atletas brasileiros entre os 1.200 atletas de 40 países que estiveram em Brasília: na categoria livre sênior, César Mota foi o 11°; e na versão feminina da prova, Julia Balthazar alcançou a mesma posição, Juliana Almeida terminou em 18ª e Thatiana Resende foi a 23ª. Na mesma prova na categoria júnior, Thalita Haas, bronze no Pan de Guadalaraja, foi a quarta colocada.


Marcel Stürmer, parabéns! Que temporada fantástica, hein: prata no mundial, e cinco títulos: O Pan de Guadalaraja, o pré pan (em que Gustavo Casado foi o segundo), o Sulamericano, o Interamericano e o Campeonato Brasileiro. Siga nas trilhas da vida, patinando sobre os preconceituosos e faturando mais medalhas para o Brasil.

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