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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Superação esportiva e financeira do paradesporto brasileiro

A participação dos brasileiros nos Jogos Parapan-americanos de Guadalaraja, encerrados no domingo, dia 20, foi espetacular. Pela segunda edição seguida, o Brasil liderou o quadro de medalhas. Foram 30 ouros a mais que os Estados Unidos: tivemos 81 medalhas douradas, 61 pratas e 55 bronzes.

Sem dúvida alguma, Daniel Dias foi o fenômeno do Parapan ao conquistar 11 ouros na natação, um terço das 33 medalhas brasileiras douradas nas águas de Guadalaraja.

Somados, nosso paradesportistas quebraram 54 recordes parapan-americanos e dois mundiais, e agora o Brasil já tem 104 vagas asseguradas na paraolimpíada de Londres 2012, em 17 modalidades. A meta do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) é superar a quantidade de 188 atletas que representaram nosso país na paraolimpíada de Pequim 2008.

Somente por ter chegado a uma competição internacional como o Parapan, cada esportista brasileiro já pode ser tomado como exemplo de superação e ícone de que a força de vontade, aliada à determinação, sobrepõe-se às limitações físicas.

Mas em Guadalaraja o paradesporto brasileiro deu exemplo mesmo foi de superação financeira, ou melhor, de bom aproveitamento dos poucos recursos que tem, em comparação ao que se disponibiliza ao esporte olímpico.

O cálculo é simples: enquanto em 2010, o CPB teve um orçamento disponível de R$ 30 milhões, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) teve R$ 36,8 milhões somente de superávit de suas contas. Em contrapartida, o esporte olímpico voltou de Guadalaraja com 141 medalhas (48 ouros) e o paradesporto com 56 a mais, além de um “superávit” de 33 pódios dourados.

O interessante é que tanto para o desporto quanto para o paradesporto, a principal fonte de receita é o repasse de 2% da arrecadação bruta das duas loterias federais, através da lei Agnelo Piva. Porém, a legislação não é isonômica com esportistas e paradesportistas, conferindo ao comitê destes 15% dos recursos e ao daqueles 85% do total repassado.

Some-se a isso o fato de que na maioria das confederações o esporte olímpico conta com mais verbas que o paraolímpico e tem-se a magnitude da espetacular participação brasileira em Guadalaraja, na proporção monetária “custo/benefício” por atleta.

Não seria a hora, de rever o percentuais de repasse da lei Agnelo Piva, e mais importante do que isso, que as empresas privadas apoiem o paradesporto, pois “o valor” que se agregará a qualquer marca é significativo? Fica minha provocação...

Para os que ainda têm dúvidas se vale a pena investir no paradesporto brasileiro, nunca é demais lembrar que de 13 modalidades em que o Brasil esteve em ação no Parapan, em 12 teve medalhas e em nove ao menos uma de ouro. Somente os paradesportistas do tiro com arco voltaram sem pódios do México, mas essa situação também foi vivida pelos esportistas que representaram o país no Pan.

Algumas análises peculiares do Brasil no Parapan: na natação foram 85 medalhas conquistadas (33 ouros, 23 pratas e 29 bronzes). Além do fenômeno Daniel Dias, André Brasil também subiu ao lugar mais alto do pódio por seis vezes e novatos como Caio Oliveira, 18 anos, Vanilton Filho, 18, e Talisson Glock, 16, venceram em suas categorias. Após quatro parapans, Clodoaldo Silva competiu pela última vez e deixou o México com quatro medalhas, sendo duas de ouro.

No atletismo, a campeã e recordista mundial Terezinha Guilhermina não decepcionou e venceu os 100, 200 e 400 metros rasos, ajudando na conquista das 27 medalhas douradas da modalidade, do total de 60 pódios do atletismo brasileiro. Destaques ainda para Daniel Silva, que quebrou o recorde parapan-americano nos 400 metros; e para Lucas Prado, que foi ouro nos 100 e 200 metros.

Nos esportes coletivos, o Brasil venceu os Estados Unidos nas finais do gollball masculino (a equipe feminina foi prata) e também no vôlei sentado, chegando ao bi-campeonato. Bi campeão também foi a seleção de futebol de 5, ganhando da Argentina, por 1x0, com um gol de Ricardinho no 2° tempo da prorrogação.

No tênis de mesa, grande desempenho com 12 ouros e 24 medalhas no total, bem como no judô, com dois ouros e quatro pratas, ficando atrás apenas de Cuba na quantidade de conquistas. Favorito, Antônio Tenório, tetracampeão paraolímpico ficou com a prata; e recuperada de uma lesão na medula, Karla Ferreira faturou a medalha de ouro, tornando-se bicampeã parapan-americana.

No tênis em cadeira de rodas, Carlos Jordan e Maurício Pomme, confirmaram favoritismo; no ciclismo de estrada, Soelito Gorh conseguiu dois ouros; no halterofilismo, foram seis medalhas; na bocha foram dois bronzes e um ouro, com Fábio Moraes; e no basquete em cadeira de rodas, a equipe feminina se garantiu para Londres 2012 ao bater as mexicanas na decisão da medalha de bronze.

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