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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Brasil: mais ao ritmo de Solonei do que de Thiago

Dos resultados do Brasil no Pan de Guadalaraja, encerrado no último domingo, 30, que vieram das pistas, campos, piscinas, ruas e quadras, ficou uma dúvida central: já podemos ser considerados uma potência esportiva?

Sinceramente... não! Mas as notícias são boas, pois estamos acertando o caminho. Potências esportivas figuram nos primeiros lugares dos rankings de medalhas, especialmente quando competem fora de seus domínios. Convenhamos: 141 medalhas brasileiras, sendo 48 de ouro, em Guadalaraja, mostraram de fato que o esporte do nosso país já é forte internacionalmente.

Uma potência esportiva também tem ídolos em muitas modalidades e o Brasil contou com muitos deles em Guadalaraja: na natação, com César Cielo e Thiago Pereira (o recordista brasileiro em medalhas de ouro panamericanas, 12), Hugo Hoyama, do tênis de mesa, Tiago Camilo, do judô, Juliana e Larissa, do vôlei de praia, Maurren Maggi, do atletismo, atletas que certamente a maioria das pessoas comuns se encontrasse pelas ruas reconheceria.

Então, o que falta para sermos um “país-potência-esportiva”, então? Alcançar o mesmo número de medalhas que os Estados Unidos em olimpíadas e torneios internacionais. Passar de 100 medalhas de ouro nessas competições? Nada disso...

Em um “país-potência-esportiva”, um campeão como Solonei Rocha, vencedor da maratona no Pan, não é descoberto por acaso (o cara era coletor de lixo no interior de São Paulo), tampouco recebe capacitação técnica de alto rendimento após os 20 anos de idade. Eis um exemplo da nossa falta de planejamento para descobrir talentos.

Uma nação que quer figurar entre as potências do esporte mundial também não pode imaginar que um atleta para adquirir condicionamento físico estabeleça sua dieta alternativa, com o mínimo supervisionamento de um nutricionista.

Fernando Saraiva, 21 anos, ouro no levantamento de peso em Guadalaraja, assim o fez: há quatro anos, intuiu que precisava engordar 30 quilos para mudar de categoria. Resolveu ganhar peso por conta própria e no México faturou o ouro. E que efeito isso terá no futuro do esportista, quando entrar nas idades do “enta”? Ninguém sabe, e nem quer saber, o que vale é o imediato campeão.

Fico só com esses exemplos para sentenciar: nossos atletas são medalhas de ouro em superação; as políticas governamentais imediatas de incentivo ao esporte estão, a muito custo, tentando mirar o pódio, mas o planejamento para estruturar a formação e descoberta de campeões no Brasil segue em ritmo bem tranquilo, calmo demais até, para uma nação que será o centro das atenções esportivas em 2016.

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