Talvez
a lista aumente até 27 de julho, mas é improvável. Em Londres, é quase certo
que o Brasil tenha mesmo 259 atletas, ou melhor, 259 portadores de sonhos
olímpicos, e que durante este mês e até 12 de agosto farão parte também do
momento onírico do todos nós, amantes do esporte brasileiro.
O
número de esportistas é menor do que em Pequim 2008, quando 277 atletas
representaram o Brasil. Porém, a quantidade de representação de modalidades é a
mesma, 32, o que para mim é um claro sinal de que ‘perdemos’ em quantidade, mas
aprimoramos nossa qualidade de representação olímpica.
Dos
esportes individuais, como quase sempre acontece, atletismo e natação puxam a
fila em quantidade de representantes: 36 nas pistas, 20 nas águas. E são nessas
modalidades que estão algumas das grandes esperanças de medalhas: nas toucas de
César Cielo, Bruno Fratus e Poliana Okimoto e nas sapatilhas de Marilson dos
Santos, Rosângela Santos, Maurren Maggi e Fabiana Murer.
Judô
e vôlei de praia também devem levar a bandeira brasileira ao pódio, já que é
difícil imaginar que Mayra Aguiar, Sarah Menezes, Leandro Guilheiro, Tiago
Camilo e Rafael Silva não figurem entre os três melhores judocas de suas
categorias, e que Alison/Emanuel e Juliana/Larissa estejam fora do pódio nas
areias. Outras apostas de medalhas quase certeiras são na equipe brasileira de
saltos do hipismo e em Robert Scheidt/Bruno Prada, na vela.
Entre
os esportes coletivos, as seleções de Bernardinho e José Roberto Guimarães não
são favoritíssimas ao ouro, mas devem chegar ao menos às semifinais do vôlei. O
basquete masculino, reforçado pelos brasileiros da NBA pode surpreender e
fisgar prata ou bronze, já o feminino terá feito muito se chegar às semifinais.
O handebol feminino, este sim, pode sonhar com medalhas, depois do elevado
nível de jogo que demonstrou no mundial em São Paulo no ano passado.
No
futebol, Marta é a eterna esperança de que dessa vez o ouro sai para as ‘nossas
meninas’, entre os homens, o nome de ouro atende por Neymar: se ele for genial,
como sabe ser, ninguém vai parar o Brasil, nem as boas gerações de jovens
espanhóis e uruguaios.
Temos
ainda uma relação de esportistas que não figuram como favoritos, mas que têm
potencial para surpreender: Ana Barbachan/Fernanda Oliveira e Bimba, na vela;
Roseli Feitosa e Myke Carvalho, no boxe; Erlon Silva/Ronílson Oliveira, na
canoagem; Gregorly Panizo, no ciclismo; Diego Hypólito e a equipe feminina de
ginástica artística; Yane Marques, no pentatlo moderno; Fabiana Beltrame/Luana
Bartholo, no remo; Fábio Gomes, no atletismo; Diogo Silva e Natália Falavigna,
no taekwondo; Ana Luiza Ferrão, no tiro esportivo; Reinaldo Collucci, no
triathlon; e Ricardo/Pedro Cunha e Maria Elisa/Talita, as duplas número 2 do
Brasil, no vôlei de praia.
Pois bem, misturando meu olhar de jornalista
esportivo com uma pitadinha de torcedor, acredito que o Brasil voltará de
Londres com 21 medalhas. Não cravo as quantidades de ouro, prata e bronze, até
porque penso que quase nunca há grande diferença técnica entre os quatro
melhores de um torneio olímpico, em qualquer modalidade: os resultados, a
partir de então, são determinados pelo aspecto psicológico e também por uma,
assim digamos, ‘sorte de medalhista’. Que esta, esteja ao lado dos brasileiros
em Londres!