A cada semana, você confere destaques do esporte que foram ao ar no programa Galera do Esporte, apresentado por Daniel Gomes todo o domingo das 19h às 21h na rádio comunitária Cantareira FM 87,5 e também em www.radiocantareira.org Informações esportivas podem ser enviadas para galeradoesporte@hotmail.com







terça-feira, 24 de maio de 2011

Maurren Maggi: sempre surpreendente

O GP São Paulo de Atletismo, realizado no último domingo, 22 de maio, na reformada pista do Estádio Ícaro de Castro Melo, na zona sul da capital, foi espetacular: medalhistas de 17 países, 16 medalhas para esportistas brasileiros, 57 entre os 100 melhores atletas do mundo nos campos e pistas, boas revelações brasileiras como Nilson André, bronze nos 100 metros rasos, e Jailme Sales, também bronze nos 400 metros feminino, mas a estrela da competição foi uma só: Maurren Maggi.


É impressionante como essa paulista de São Carlos, aos 34 anos, tem a capacidade de dar a volta por cima na vida e superar os limites do esporte. O voo horizontal de 6,89 metros, que lhe rendeu o ouro no salto em distância no domingo, é a melhor marca da categoria feminina em 2011. O melhor desempenho anterior era da norte-americana Funmi Jimoh, que alcançou 6,88 metros, no começo de maio, em uma competição em Doha, no Qatar, quando Maurren faturou a prata com 6,87 metros.


Mas o que dá a Maurren a manutenção de heroína brasileira não são seus resultados na pista, mas sim como ela supera as adversidades que saem das caixas de areia e interferem em seu cotidiano.


Em 1999, por exemplo, Maurren faturou o ouro no Pan de Winnipeg, cravou a melhor marca da carreira, 7,26 metros, e chegou alçada à condição de favorita ao ouro em Sydney 2000. A medalha olímpica não veio. Na bagagem de Austrália, Maurren trouxe a primeira contusão séria de sua biografia esportiva, mas não lhe faltou determinação para vencê-la.


Recuperou-se e estava pronta para o bi no Pan de Santo Domingo, quando foi flagrada em exame antidoping, que acusou uso de substância proibida, a qual estava contida em uma pomada para cicatrização utilizada pela atleta. Suspensa por dois anos pela Associação Internacional de Atletismo, Maurren não saltou naquele Pan, também esteve de fora das disputas em Atenas 2004. Tudo indicava o fim de uma carreira promissora, mas ela provaria ser possível dar a volta por cima, de novo.


Após casamento conturbado e posterior separação, e o nascimento de sua filha Sofia, Maurren retornou as pistas no início de 2006 e já no Pan do Rio em 2007, voltava a ser a rainha das Américas com a medalha de ouro no salto em distância. Na temporada 2008, evoluiu gradativamente até chegar ao salto de 6,99 metros às vésperas da olimpíada de Pequim.


Faltavam alguns centímetros para o ouro, diziam os especialistas, e esses centímetros a mais, ou o centímetro a mais, veio em 22 de agosto de 2008, no Ninho do Pássaro, em Pequim, quando a brasileira voou para o ouro a 7,04 metros, tornando-se a primeira medalhista de ouro de nosso país em uma competição individual olímpica.


Após a consagração na China, a vida colocaria a determinação de Maurren novamente a prova: o joelho direito começou a prejudicar sua performance e em setembro de 2009 uma artroscopia foi inevitável. Passados 10 meses de recuperação, a campeã olímpica retornou às pistas em São Paulo, mas no primeiro salto, uma fisgada na coxa esquerda voltou a afastá-la das competições em julho de 2010. Seria o fim?


Não. Maurren Maggi ressurgiu de novo, e para ela, essa frase não é pleonasmo. Em 23 de fevereiro, de novo em São Paulo, voltou às caixas de areia para o ouro em 6,32 metros. No começo de maio, como dito, já estava saltando em 6,87, e no último do domingo, cravou a melhor marca do ano, garantiu-se para o Mundial de Atletismo em Daegu, na Coréia do Sul, em agosto, e para o Pan de Guadalaraja, em outubro.


Assim que saiu da caixa de areia, Maurren Maggi, num misto de sensações que as palavras são incapazes de descrever, vibrou com a torcida, com seu fiel técnico Nélio Moura e chorou nos ombros do ortopedista, Moisés Cohen, que a operou do joelho.


Ela comemorou muito a vitória na pista, abraçou a filha Sofia, subiu com a garota no pódio, e afirmou em tom de certeza: “Voltei para ganhar e ninguém me tira mais daqui”. Alguém duvida que nossa campeã olímpica será capaz?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pagura: Estado de SP vai ampliar ações esportivas

Em 06 de maio, conversei com Jorge Roberto Pagura, secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude. A entrevista foi veiculada no Galera do Esporte, no domingo 15 de maio e também publicada em um dos jornais que trabalho. Pagura afirma que Estado investirá na disseminação de práticas esportivas nas escolas públicas, em ações de incentivo ao esporte para jovens e idosos e se mostra confiante de que a abertura da Copa será em São Paulo. Confira a versão que foi publicada no jornal.

Daniel Gomes - O senhor atuou na gestão de modalidades como tênis, vôlei e polo aquático. Como essas experiências têm lhe ajudado nos desafios na secretaria
Jorge Roberto Pagura - Eu trabalho como dirigente de esporte amador desde 1986. Hoje, nós temos que incutir na população uma política pública de esporte. E não existe nada melhor para isso do que se levarmos e incentivarmos os atletas, primeiro, fazendo competições, segundo, dando condições e locais para que eles pratiquem e terceiro, criando eventos, criando ídolos que possam servir de espelho. Minha experiência com o esporte amador foi muito gratificante. Cada vez que eu promovia um grande evento, com ídolos participando, no dia seguinte tinha uma procura enorme de inscrições para aprender o esporte disputado. Penso que esporte é inclusão social, tira nossos jovens de atividades discutíveis, para colocá-los em uma linha de treinamento. Hoje, estando na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, essa vivência do esporte amador me ajuda bastante nas decisões e na realização dos programas.


Daniel Gomes– No governo Alckmin, a secretaria voltou a responder pelas questões sobre a juventude. Qual o planejamento de ações para os jovens?
Jorge Pagura –
Hoje, um grande número de jovens gosta da prática de esportes, mas dos chamados esportes radicais, ou esportes alternativos. Nós estamos preparando um evento, que deve ser em outubro, muito semelhante aos “X Games” [evento que congrega a prática de esportes radicais] com atividades de “bicicross”, “MotoCross”, “skate” e patins, esportes que atraem muito a juventude. Temos na secretaria uma coordenação de juventude e vamos trabalhar bastante pelos jovens.


Daniel Gomes - O programa do governo para o esporte enfatiza a realização de práticas esportivas nas escolas públicas. Como isso será sistematizado?
Jorge Pagura
– Lançaremos em 13 de maio, junto com o governador Alckmin, os primeiros jogos de atividades olímpicas e paraolímpicas escolares, com a meta de atingir 55 mil alunos de toda a rede estadual de ensino. Já promovemos os esportes coletivos, como vôlei e handebol, com as olimpíadas escolares, e agora acrescentamos modalidades olímpicas e paraolímpicas individuais, como atletismo, badminton, natação, ciclismo e judô. É o início de uma política pública, com o jogo na escola, o jogo com o aluno, que é aquele que tem que servir de base. Temos que utilizar este sistema híbrido: promover jogos na escola e ter a formação de atletas nos clubes.


Daniel Gomes – Criada em 2010, a Lei Paulista de Incentivo ao Esporte motiva as empresas a apoiarem, com o repasse de até 3% do valor do ICMS, projetos esportivos no Estado. No entanto, atualmente a inscrição de projetos está suspensa. Há uma explicação?
Jorge Pagura –
Quando nós assumimos, havia mais de 130 projetos para serem analisados, a captação tinha sido muito pequena e precisávamos de um melhor preparo não só do grupo de apoio, mas do núcleo que avalia inicialmente os projetos. Agora já estamos estruturados e as inscrições devem ser reabertas de 13 de maio a 13 de junho. Estamos tentando estimular a realização desse projeto, pois é um dinheiro extra que pode ajudar em uma política pública para o esporte. Temos inicialmente 60 milhões de reais.


Daniel Gomes – Gostaria de saber detalhes sobre a bolsa Talento Esportivo. A quem se destina e quais as metas dessa iniciativa?
Jorge Pagura
– Há quatro categorias da bolsa talento esportivo [Estudantil (14 a 17 anos), Juniores (17 a 21 anos), Nacional e Internacional (ambas a partir de 21 anos)], com valores que variam de 415 reais a 2.490 reais. Contempla praticantes de esporte infantil, esporte escolar, esporte para atletas com resultados nacionais e internacionais. Hoje temos 313 atletas beneficiados e queremos chegar até o fim da nossa gestão com 800 a 900 contemplados.


Daniel Gomes - De que a maneira a secretaria incentiva a prática de atividades físicas pelos cidadãos?
Jorge Pagura
– Esse é um dos pilares do nosso programa de governo, o trabalho com o esporte como qualidade de vida. Nós temos o núcleo de saúde, criado só para trabalhar em qualidade de vida. Acredito que a partir de junho, vamos lançar um programa direcionado para a terceira idade, além de outros projetos relacionados com atividades em parques e praças, com orientação médica. Estamos nos acertando com algumas empresas médicas que possam fazer a dosagem de açúcar no sangue dos participantes, bem como dosagem de colesterol e avaliação física. O importante é que tenhamos sempre eventos e orientação para chamar a atenção da população, já que é impossível trabalhar diretamente com os mais de 41 milhões de habitantes do Estado. Queremos que São Paulo se movimente muito. Cada dólar investido em esporte, redunda em três dólares economizados com gastos em saúde no futuro. Queremos garantir uma geração com longevidade. Hoje temos mais de 4 mil pessoas no Estado acima dos 100 anos de idade e devemos permitir que a população envelheça com qualidade de vida.


Daniel Gomes – Sobre a Copa em São Paulo, em 4 de maio a prefeitura da capital, o Corinthians e Ministério Público assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta que libera a construção do estádio em Itaquera. O senhor acredita que agora as obras serão iniciadas? Além disso, ainda é possível que a cidade abrigue Congresso Técnico da FIFA e o Centro Internacional de Imprensa (IBC)?
Jorge Pagura
– O termo de ajustamento de conduta do Corinthians com o Ministério Público já tinha sido equacionado, então só falta a liberação do alvará definitivo para que as máquinas comecem a trabalhar. Seguramente, seremos palco congresso técnico. Tendo o jogo de abertura aqui, algo que damos como certo, o congresso técnico é na cidade do jogo de abertura. Quanto ao IBC, embora tenhamos toda a estrutura praticamente pronta, há uma luta política, pois o Rio de Janeiro quer que seja lá. Asseguro que estamos totalmente preparados e continuamos lutando pelo IBC. O espaço está pronto no Anhembi, tem hotel ao lado, está próximo ao caminho para o aeroporto, está na rota do futuro estádio, não tem localização melhor.